Por Alfredo Dikwiza
Uíge, 08/09 (Wizi-Kongo) – Depois da denúncia tornada pública no dia 11 de Agosto do ano em curso, onde o colectivo de trabalhadores da Televisão Pública de Angola no Uíge, estavam desgastados com a permanência da Rita Solanje no cargo de directora provincial do referido órgão, os ânimos entre as partes têm estado acima da flor da pele, motivando no surgimento de uma guerra terrível, entre eles, obrigando os Serviços de Investigação Criminal (SIC) entrarem em acção.
A insatisfação do colectivo de trabalhadores daquela estação televisiva pública, tinha sido manifestada por via de uma carta dirigida ao PCA da TPA, Francisco Mendes, Sindicato de Jornalista Uíge/Luanda, delegado provincial dos serviços secretos (SINSE), ao governador provincial, comité provincial do MPLA e a delegação provincial do IGAE, explicando que, Rita Solange, trata-os como inúteis, irresponsáveis, incompetentes, uso de palavras ofensivas e gritarias.
Salientava o colectivo de trabalhadores que, todos os dias chega de Luanda e de outros Centros de Produção, informações sobre a forma como a directora Rita queixa-os, chegando a chamar as pessoas de giz ao invés de quadros e, nos últimos dois anos, Rita Solange recebeu do Governo Provincial do Uíge, casas num total seis (6) que acabou por distribuir aos colegas que são supostamente seus confidentes (Queixinhas).
Ela, dizia o colectivo de trabalhadores, que, ao entregar as casa, não precisou conversar com ninguém, muito menos precisou do parecer do PCA e, acrescentavam terem conhecimento de que Rita Solange atribuiu uma das casas à sua sobrinha (parente) que é funcionária da AGT e, queriam saber se a AGT atribuiria uma casa a um funcionário da TPA?
“Ao sairmos da centralidade do Kilumosso, duas casas ficaram desabitadas. E nesta que a directora quer promover um sorteio para ver com quem fica uma das casas já que a outra será casa de passagem da empresa. E a pergunta é; se a senhora recebeu seis casas, distribuiu a pessoas de sua confiança sem precisar fazer sorteio, nem parecer do PCA, porque quer promover sorteio por uma só casa? quer ser justa agora? porque é que, nas 6 casas não reservou uma para ser a casa de passagem da TPA? na altura, disse ela que a distribuição das casas era de sua competência e que seriam beneficiários os colegas que mais trabalham ou que mereçam confiança dela e agora tem que fazer sorteio quando dois colegas já tinham pedido as casas por escrito? não concordamos com isso”, explicavam.
E, observava, ter, igualmente, conhecimento que ela quer usar a desculpa da casa de passagem, porque pretende entregar a mesma ao seu sobrinho/conterrâneo que ela está a influenciar junto do PCA para ser nomeado no cargo de chefe de conteúdos na TPA-Uíge, como se esta fosse empresa da família dela.
“De igual modo, alguns colegas pediram ao PCA o abate de viaturas que já não oferecem garantia. Temos conhecimento de que a Sra Rita Solanje anda a influenciar para que estes não sejam contemplados, supostamente porque quer atribuir viatura ao seu parente/conterrâneo que será nomeado chefe de Conteúdos no Uíge. Também não concordamos”, avança o colectivo de trabalhadores.
De forma abusiva, assegura o colectivo, que, permitiu que um motorista (Ricardo Vita), confidente/queixinha), da Rita Solange, tomasse posse ilegal da viatura da TPA, usa-a 24h por dia e leva-a aonde ele quiser como se fosse propriedade pessoal. Este mesmo motorista já destruiu uma viatura num acidente quando queria passar o revellion no Cuanza Norte, sem o conhecimento da direcção da empresa.
“E contrariamente aos outros colegas que também pediram o abate das viaturas, temos conhecimento de que a Senhora Rita Solange está a influenciar junto da TPA-Sede para que este motorista possa abater a mesma viatura. Entretanto o mesmo motorista foi um dos felizes contemplados com a oferta de casa. Este motorista é apelidado pelos colegas como sendo o “Director Adjunto”, tanto é que, quando sai de férias, se não levar a viatura, deixa a mesma parqueada e ninguém pode mexer. Neste momento, por exemplo, a viatura está parqueada”, denúncia.
O colectivo observava que, Rita Solange, permite que um trabalhador (Segurança) desencartado conduza as viaturas da empresa, levando as equipas de reportagem até mesmo aos municípios, colocando as vidas dos profissionais em risco e diz ainda ter conhecimento de que nas vésperas da inauguração do novo Centro de Produção, a Directora Rita recebeu dinheiro de cinco administrações municipais, como apoio.
Também, é de conhecimento do referido colectivo de trabalhadores que, a Directora Rita reciebeu do ex-presidente do ISCED, um valor monetário supostamente para apoiar a inauguração do Centro de Produção mas na altura, o centro já tinha sido inaugurado e, igualmente, chegou-lhes ainda que a Directora Rita, tem estado a enviar os textos das reportagens feitas pelos jornalistas, aos seus amigos conhecidos como Doutor Kikongo e Doutor Mona Panzu para serem corrigidos por eles e, por outra, Rita Solange, persuadiu o governador José Carvalho da Rocha para que este pedisse ao Conselho de Administração da TPA para que ela se mantivesse no cargo.
“Chegou ao nosso conhecimento de que a Directora Rita recebeu em sua casa as duas delegações do presidente do Conselho de Administração da T PA para que tomassem conhecimento das condições que ela criou em sua residência e para que não possa deixar a Província do Uíge. Tomamos ainda conhecimento de que ela faz parte de um grupo restrito de confiança do PCA da TPA, e goza de aproximação com o governador do Uíge, o que segundo ela lhe garante tempo suficiente para se manter no cargo no Uíge e passa vida a sujar a imagem dos quadros do Uíge para que não possam ser nomeados”, rematava o colectivo.
Sabe, aquele colectivo que, Rita Solange, chega mesmo a afirmar que o PCA é seu tio, por isso, ela pode fazer o que quiser e ninguém vai fazer nada, porque faz parte do círculo restrito da confiança do PCA —”Abuso de Confiança” e, ainda na senda dos abusos de confiança, obrigou o operador de câmara (Anjo Fiel) a regressar do município de Maquela do Zombo de táxi (corola) com o equipamento, enquanto ela ficou em Maquela do Zombo com a viatura para atender ao suposto amante.
“Na mesma senda, obrigou as equipas de reportagem a “matarem a agenda”, tudo porque entregou a única viatura que estava disponível ao amante (J-Cani) para ir fazer fisioterapia, por causa das sua atitudes grosseiras, dois profissionais da casa foram obrigados a deixar a TPA-Uíge para a província do Bengo como forma de se escaparem de uma eventual expulsão, já que a Sra. Rita Solange, na ocasião, prejudicou o casal com processos disciplinares, injúrias e difamação, como consequência estamos a sacrificar o único editor de imagem que não consegue gozar as suas merecidas férias e tem que trabalhar até à exaustão”, esclarece o colectivo.
Ela, explicava o colectivo, que, Solange, assume toda a responsabilidade administrativa, técnica, e editorial para mostrar ao Conselho de Administração da TPA que no Uíge as pessoas não sabem fazer nada, porque a empresa não pertence a uma só pessoa, “decidimos em unanimidade” pedir um encontro com ela, mas ela recusou com arrogância.
Dias depois daquela denúncia tornar-se público, Rita Solange, foi ouvida em privado pelos Serviços de Investigação Criminal no Uíge a fim de aferir a veracidade dos factos e, igualmente, nesta quarta-feira (06/09), começou a ser ouvido boa parte do colectivo de trabalhadores da TPA que foram assinantes, sendo acusados pelo crime de calunia e difamação contra a actual directora da TPA.
Nesta quinta-feira (07/09) o Wizi-Kongo soube de fontes fidedignas próximas do SIC, MPLA, IGAE e do SINSE que até o desfecho desta denúncia, muita água ainda irá passar por de baixo da ponte e os próximos capítulos prometem.
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