“Há necessidade de se fazer desta data um dia de unidade nacional”.

Por Bernardino Manje

Ernesto Joaquim Mulato é uma voz que impõe autoridade na UNITA, partido que ajudou fundar, em Março de 1966, na altura ainda como movimento de libertação nacional. Chegou a atingir a função de vice-presidente do partido, desde o início do mandato de Isaías Samakuva até bem recentemente, quando foi substituído por Raul Danda.

Com licenciatura em Engenharia de Construção Civil e mestrado em Relações Internacionais (Resolução de Conflitos) obtidos nos Estados Unidos e Inglaterra, Ernesto Mulato é membro do Comité Permanente e da Comissão Política da UNITA e terceiro vice-presidente da Assembleia Nacional.

Em 1975, Mulato tinha 35 anos. Na altura da proclamação da Independência Nacional, encontrava-se no Huambo, onde coordenava o Centro Administrativo Político da UNITA. Solicitado pelo Jornal de Angola para falar das memórias sobre o 11 de Novembro de 1975, disse que “eram de certezas e incertezas”.

Para o político, o momento era de certeza, porque estava ciente de que o “calvário colonial jamais regressaria” e a Independência viera “para perpetuar-se”. Justificou as incertezas com “o clima político entre os protagonistas (MPLA, UNITA e FNLA) que se alicerçava na desconfiança, confrontação e ocupação à força de territórios”. Apesar do futuro do recém-nascido país ter sido sombrio, não faltou a celebração, notou.

É neste clima de desconfiança e  confrontação que o MPLA proclamou a Independência Nacional em Luanda, a FNLA no Ambriz e a UNITA no Huambo. Mas, Ernesto Mulato negou que tenha havido um partido a discordar da data da proclamação. “É falácia dizer que houve um partido que discordou do Dia da Independência, pois, como já o referi, esta data advém dos Acordos de Alvor. Por isso mesmo, não é invenção nenhuma de um dos três movimentos de libertação nacional”, disse.

Segundo o deputado, o que aconteceu foi que a UNITA se opôs “à forma unilateral da proclamação da Independência, o que neste momento já não é o caso”. “Há sim necessidade de se fazer desta data um dia de unidade nacional, que promova unicamente o país”, defendeu.

Para Ernesto Mulato, os partidos políticos e demais organizações por terem as suas datas, não devem ser oportunistas ante a relevância do 11 de Novembro, que “é uma das mais importantes conquistas de todo o povo angolano”.

Via JA

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