Hospital da Damba faz cirurgias a mulheres com fístula obstétrica

Por Valter Gómes

Mais de 70 mulheres que padeciam de fístula obstétrica foram operadas com sucesso, entre os meses de Agosto e Setembro do ano em curso, no Hospital Municipal da Damba, província do Uíge, informou ontem, ao Jornal de Angola, a directora daquela unidade hospitalar.

Lurdes Simba Dembo explicou que foram operadas 78 mulheres, oriundas das províncias de Luanda, Huambo, Zaire, Malanje, Cuanza Norte, Bengo e Uíge, que recuperam satisfatoriamente das cirurgias.
A directora do hospital da Damba acrescentou que, neste momento, decorrem inscrições de mais pacientes portadoras da mesma doença, para serem submetidas a cirurgias de correcção, a partir do próximo mês de Novembro.
Segundo a médica, a campanha de cirurgias de fístula é assegurada por dois médicos expatriados e têm sido feitas em quatro períodos do ano. A directora do Hospital Municipal da Damba apelou às mulheres vítimas de fístula no sentido de dirigirem-se o mais rápido possível àquela unidade hospitalar, para merecerem o devido tratamento.
Lurdes Dembo disse que as fístulas recto-vaginal, vesico-vaginal e peri-anal são as que mais afectam as mulheres angolanas, tendo apontado os partos mal assistidos ou arrastados e cirurgias obstétricas mal feitas como os principais factores que originam o surgimento da fístula no organismo humano. A responsável falou da necessidade de reforço com mais dez enfermeiros e seis médicos especializados nas áreas de cirurgia, obstetrícia, clínica geral e ortopedia, para melhorar o atendimento de milhares de doentes que procuram os serviços de saúde daquela unidade sanitária. O Hospital Municipal da Damba é assegurado por apenas dois médicos e 33 enfermeiros, números que a responsável da referida unidade sanitária considera insuficientes para responder satisfatoriamente à procura pelos pacientes de soluções médicas.
A unidade hospitalar tem capacidade para 82 camas e oferece serviços de medicina interna, cirurgia, ortopedia, consultas externas, um centro materno-infantil, serviços de raio-x, laboratório de análises clínicas e outras áreas de serviços que ainda funcionam a meio gás, por falta de médicos e de enfermeiros, segundo Lurdes Dembo.
A directora do Hospital Municipal da Damba apelou à população da região no sentido de primar pelos cuidados de saúde, tratar da água para beber, manter os quintais limpos, remover os resíduos sólidos, bem como devastar as árvores à volta dos quintais, para evitar a multiplicação de mosquitos e o surgimento de várias doenças no seio das famílias.

Falta de professores

No município da Damba, o sector da Educação necessita de 117 novos professores para se juntarem aos 417 profissionais que trabalham na localidade.
“Carecemos de professores. Existem algumas zonas onde um professor do ensino primário é obrigado a trabalhar em dois períodos e com mais de três classes diferentes”, afirmou o director municipal da Educação, Afonso João.
Com um total de 269 salas de aula distribuídas em 83 escolas, o município da Damba matriculou no presente ano lectivo 17.507 alunos, sendo 14.286 no ensino primário, 2.191 no I ciclo e 1.030 no II ciclo do ensino secundário.
Afonso João caracterizou positivo o nível de aproveitamento dos alunos, fruto da maior colaboração existente entre os professores e encarregados de educação, além da distribuição gratuita de material didáctico aos alunos do ensino primário.
“A cada ano que passa, o número de alunos cresce significativamente, por isso, necessitamos construir mais salas de aula nas comunas, regedorias e aldeias”, disse o director municipal da Educação da Damba.
O município da Damba está localizado a 197 quilómetros da sede capital da província do Uíge.

 

Via JA

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