Por Alfredo Dikwiza
Uíge, 29/10 (Wizi-Kongo) – Nem antes, muito menos depois da inauguração do segundo hospital municipal do Uíge (27/10), pelo presidente da república, João Lourenço, as obras daquela unidade sanitária estavam ou terminaram e, sim, continuam em execução. Mesmo assim, hoje, aquele hospital localizado no bairro Katapa, começou a receber os primeiros doentes, igualmente, os primeiros funcionários, entre enfermeiros e pessoal administrativo.
No local, hoje, esteve a equipa do Wizi-Kogo, das 8 até 11hs da manhã, com objectivo de apurar o real estado do hospital, tendo por perto assistido as obras de diversas natureza ainda em execução e, por outro, notou-se o abrir das portas da mesma unidade sanitária que começou por realizar as consultas externas aos doentes que ali foram. As consultas, deram início por volta das 10hs, depois do fim da reunião decorrida no local, sob ordens da directora provincial da saúde, Kavenaweteko Adelaide Malevo, supervisores municipais e outros técnicos de saúde.
Inicialmente construído para atender os doentes com problemas da covid-19, o segundo hospital municipal do Uíge, construído de metal, compreende de uma capacidade para internar 200 doentes e encontra-se já apetrechado com alguns equipamentos de ponta, bem como de camas e escritórios, mas ressalta a vista a falta de um PT para garantir o melhor funcionamento da energia eléctrica.
No local, os órgãos de comunicação social presentes solicitaram uma entrevista a directora provincial da saúde, que, por sua vez, disse estar apressada e que não tinha como falar, por estar a ir participar de uma reunião no governo provincial. Porém, um dos acompanhantes de uma doente, Manuel António, disse: “vim aqui acompanhar a minha avó que está doente, estou aqui desde às 6h mas a situação que encontramos, segundo estamos a ver é que o hospital ainda não terminou, apesar de nos dizerem que vão atender”.
Os técnicos de construção no local, afectos a empresa vencedora da empreitada, AcailAngola, admitiram ser verdade as obras não estarem ainda concluídas e, sim, devendo os trabalhos terminarem dentro de uma ou duas semanas e comprometeram-se tudo fazer para que dentro em breve os trabalhos sejam concluídos na sua totalidade.
Essa posição do PR ter inaugurado uma obra ainda em construção, irritou o político Olavo Castigo, que, em entrevista ao Wizi-Kongo, considera a vinda de João Lourenço no Uíge, de visita eleitoralista e, acrescenta que, não passa de uma corte metragem de holiwood e que estará nos próximos tempos nas telas dos angolanos, muito por culpas das televisões públicas do país.
“Temos um governo que desgoverna Angola há mais de 46 anos, eles já não estão com nada para dar a este povo, o que eles fizeram é o que têm feito durante estes anos todos, somente mentir o próprio presidente da república, aquilo foi só uma simulação de comportamento, o que faz parte do estilo da desgovernação do MPLA”, atirou.
A população festejou tanto, mas aquilo foi alegria do pobre, dura pouco, explica e, acrescenta, agora continuarão a correr para o hospital central como de hábito até que nesta unidade sanitária, se resolva tudo, sobretudo aquelas de baixa renda que vivem neste bairros da Katapa e outros periféricos.
Olavo Castigo, lembrou ter chamado a atenção das autoridades para as consequências que já eram previsíveis, em virtude das prioridades do sector da saúde terem sido, exclusivamente, canalizadas para a prevenção e combate da pandemia (covid-19), em detrimento da prevenção de doenças endémicas que, todos os anos, assolam várias comunidades a nível da região do Uíge.
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