Kimbele: Administração defende-se, mas autoridades tradicionais confirmam tentativa de desvio do bloco operatório

Por Alfredo Dikwiza

Uíge, 23/04 (Wizi-Kongo) – Pânico e suspense, é a assim que os munícipes das terras lideradas pelo rei Charles Mwanahuta acordaram no dia 21 do mês e ano em curso, depois que perceberam por via das redes sociais que o laboratório e os equipamentos do bloco operatório do hospital de Kimbele, província do Uíge, seriam removidos para o município do Sanza Pombo, por orientações do governador Mpinda Simão.

Dada a importância que o equipamento reveste e a julgar pela distância de Kimbele/Sanza Pombo ou Uíge, embora encontrarem-se inoperantes, estes meios colocados em Kimbele são úteis para a população local, com isso, nem o assunto de momento que domina o mundo (Covid-19), conseguiu calar os kimbelenses, que, mesmo estando em casa, fizeram uma corrente de protesto usando as redes sociais para mais distante a mensagem chegar e, tal que foi, em pouco tempo, os 16 municípios da região se aperceberam do que estava passar naquela circunscrição que dista a 260 quilómetros da sede capital da cidade.

Igualmente, nesta quarta-feira (22) o assunto continuou fazer manchete e das suas, colocando o Covid-19 e a fome para o segundo e terceiro plano, respectavimante, já que os mesmos estavam recordados pelo que aconteceu com o município do Bungo há quase quatros anos, quando Paulo Pombo, na altura governador do Uíge, orientou a retirada do laboratório e os equipamentos do bloco operatório do centro de tratamento do olho, cujo destino dos referidos equipamento coube a sede do Uíge. Até hoje a população do Bungo nunca teve uma resposta sobre o desvio daqueles equipamentos, que, já se encontravam em pleno funcionamento há anos.

Então, avisados da situação, os kimbelenses não quiseram que os seus equipamentos fossem retirados, tal como aconteceu com os do município do Bungo, concretamente do centro de tratamento do olho, que chegou de atender centenas e centenas de pessoas vindas de vários pontos do país, com destaque para Luanda, Cuanza Norte e Malange, e, em especial os da região do bago vermelho.

Perdeu o Bungo e ganhou o Uíge (tudo centralizado). Assim, em defesa da sua pinta, a administração municipal liderada por Rosa Alberto Bongo Fila, por via de uma nota de esclarecimento elaborado no centro de documentação e informação da referida administração, remata “ a administração municipal de Kimbele tomou conhecimento por via das redes sociais (faceboock e whatsap), de uma informação, segundo qual, o governador provincial, supostamente orienta a remoção do laboratório e o equipamento do bloco operatório do hospital de Kimbele”.

Continua, “confrontada essa informação lesiva a imagem do governador provincial e da administração municipal, essa administração vem por meio desta protestar o seguinte esclarecimento. No dia 15 de Abril, o governador provincial e coordenador da comissão multissectorial de combate ao Covid-19, efectuou uma visita de trabalho ao município, com objectivo de verificar as condições para a prevenção e resposta a pandemia”.

“Na longa agenda de trabalho, visitou-se a sala de tratamento, preparada na eventualidade de o município conhecer caso positivo e o centro de quarentena institucional instalado na aldeia Kimalalu, regedoria de Kibokolo, na sua constatação, o governador indagou o porque da escolha das salas do bloco operatório para o local de internamento dos possíveis casos suspeitos, tendo sido esclarecido que achou-se proveitoso o local pois oferece as condições orientadas pelo ministério da saúde”, sustenta.

Outrossim, avança, “ os mesmos encontram-se inoperantes por falta de médicos-cirurgiões, toda via, se houver um utente a necessitar destes serviços, por falta de médico-cirurgião são transferidos ao município do Sanza Pombo ou Uíge onde se encontram disponíveis estes serviços. Porém, cumpre-nos o dever de informar, que para questão de saúde, a província distribui-se em polos”.

“Nesta esteira, os municípios de Kimbele, Milunga, Buengas, Alto-Cauale e Sanza Pombo integram um único polo, cuja sede encontra-se no município do Sanza Pombo, no entanto, em nenhum momento desta constatação o governador provincial baixou ordem de alocar o laboratório e os equipamentos do bloco operatório do município de Kimbele para o Sanza Pmbo”, explica a nota informativa.

A mesma nota informativa da administração de Kimbele, observa, “ o governador provincial e a administração municipal têm conhecimento da escassez de médicos de especialidade e têm incansavelmente solicitado aos órgãos de tutela para suprir essa dificuldade, assim, levamos ao conhecimento de todos, que esta informação não é verídica pois o governador em nenhum momento deu tais orientações pelo que condenamos severamente aos seus propagadores que dão uso indevido as redes sociais e veiculam informações não oficiais, cujas fontes são totalmente desconhecidas”, finalizou.

Noutra posição algumas entidades tradicionais, filhos, amantes e representantes de partidos da oposição de Kimbele admitiram que houve a tentativa de alocar o referido laboratório e os equipamentos do bloco operatório local para o Sanza Pombo, mas valendo a intervenção desta franja da sociedade, tudo está ultrapassado, já não virá uma equipa para desmontar o material do bloco operatório do hospital de kimbele.

Ultrapassada encontra-se a questão, observaram, os mínimos dos citadinos deste município se acalmaram e tudo quanto se gerou está esclarecido, porque o Kimbele dada o número de habitantes precisa muito que tenha serviços de género e, assim, evitar que os doentes sejam evacuados para outros municípios, que, muitos acabam por morrer antes de chegam no Sanza Pombo ou Uíge.

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