Livro sobre a rumba congolesa traduzido em português

Por Manuel Albano

O  livro “A Rumba Congolesa – seu esplendor, frangância e profundidade” da autoria do escritor da Costa do Marfim Emmanuel Yao Ngoran vai ser traduzido em português pela União dos Escritores Angolanos (UEA).

Essa garantia foi dada na quarta-feira, em Luanda, pelo secretário-geral da instituição, Carmo Neto, à margem da tradicional Maka à Quarta-feira, numa sessão de debate sobre a contribuição dos músicos angolanos no desenvolvimento da rumba congolesa.

A tradução do livro, disse, vai facilitar a leitura e possibilitar aos estudantes e pesquisadores nacional o aumento dos seus conhecimentos sobre a origem e desenvolvimento da rumba, e algumas figuras da música angolana, como Matadidi Mário e Sam Manguana, que também contribuíram para a expansão do estilo musical.

Carmo Neto garantiu que a UEA vai continuar a criar parcerias com instituições internacionais congéneres, no sentido de incentivar a cooperação no domínio da literatura. “Vamos continuar a procurar explorar outras realidades, que possam ser uma mais-valia e enriquecimento do nosso acervo bibliográfico”, adiantou.

O secretário-geral disse ser importante uma maior participação da juventude em debates do género, por serem os continuadores do legado deixado pela antiga geração de escritores nacionais e permitir um maior contacto com a escrita e leitura. “Os estudantes precisam de ter contacto com a história recente e passada, por forma a valorizar e preservar a identidade cultural angolana”, afirmou.

Na opinião de Carmo Neto, o escritor Emmanuel Yao Ngoran deu um grande contributo com o seu livro, no sentido de proporcionar debates em torno do tema.

Emmanuel Yao Ngoran começou a sua dissertação por agradecer o convite da UEA, bem como o contributo que o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, tem dado pela promoção, divulgação e preservação da cultura nacional.

Para o escritor, Angola é uma fonte de inspiração para o desenvolvimento e afirmação de África, fruto do engajamento no processo de pacificação e reconciliação nacional e da região central do continente africano. “Angola é um grande país do espaço bantu e, por ­isso, também estou aqui para aprender da experiência angolana sobre o estilo rumba e poder melhorar nos próximos trabalhos os resultados das minhas pesquisas sobre o assunto”, explicou.

O escritor destacou o contributo de Angola no desenvolvimento e afirmação de África em várias áreas, destacando a vertente do património cultural e da reconstrução nacional.

A rumba, disse, partiu das angolanas, gabonesas e congolesas no século XVI, e, por esse motivo, considera que “Angola deve ser vista também como o berço da rumba”.

O autor destacou os músicos angolanos Matadidi Mário e Sam Manguana, duas grandes estrelas da terceira geração da rumba na década 70 do século XX, pelo contributo prestado ao desenvolvimento e promoção do estilo musical no país.

Emmanuel Yao Ngoran disse que a rumba primou sempre por letras com alusões à luta de libertação nacional, paz e harmonia. “A rumba é um género da criatividade africana, que tem sido partilhada por outras culturas continentais”, assinalou.

O escritor da Costa do Marfim é diplomata de carreira, tendo trabalhado na Organização das Nações Unidas (ONU) e noutras instituições internacionais ao serviço do seu país. É autor dos livros Os capítulos da reconciliação marfinense e Costa do Marfim, premonição de um conflito fratricida.

Via JA

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