Luanda Leaks: jornalismo de investigação ou o consumo da papa feita?

Por António Capitão

Kimbele, 31/01 (Wizi-Kongo) – Desde o início das divulgações dos conteúdos do Luanda Leaks que os ânimos dos angolanos e dos portugueses já não são os mesmo. Foi, aparentemente, revelado o maior esquema de saque dos fundos públicos e construído um “Império” baseado em actos criminais pela empresaria angola, Isabel dos Santos.

Muitas vozes não se fizeram calarar e consórcio de jornalistas de investigação sobrepôs-se aos de mais jornalistas de Angola e Portugal. O público leitor, ouvinte e espectador foi unânime em dizer: “isto sim é que é um jornaismo de investigação”! “Esses nossos nunca conseguiram fazer um trabalho de tamanha profundidade, senão reportarem sobre roubos de galinhas, lançamento de predras para contrução de obras, desastres naturais, como o surgimento de várias ravinas”.

Parece-me que o cenário tende a mudar com a revelação que foi Rui Pinto, o pirata informático português, que vasculhou os 715 mil documentos (mails) e os entregou de bandeja(na forma de papinha feita) para o tanto estimado consórcio internacional de jornalistas de investigação, uma questão não sai da minha cabeça: No final das contas os 120 investigaram o quê? Se a “papa” foi toda feitinha por Rui Pinto? Estes 120 jornalistas falaram do assunto na voz activa para manipularem à opinião pública de que tinham feito um trabalho de profundidade, quando apenas esperaram em redações e aposentos o resultado da enomenda que pirata traria para depois transcreverem os textos assinarem a autoria? Desta forma afirmo que não investigaram nada!

Ontem, 30 de Janeiro de 2020, o hacker português Rui Pinto publicou na sua página do Twitter que “ha ainda muita coisa que os portugueses merecem saber”. Embora particularizando o interesse da sua epopeia pirata para as “terras de Camões”, acredito que também deve interessar o povo e as autoridades das terras ultramarinas de A.A. Neto.

O pirata informático foi profundo em afirmar que os cidadãos portugueses (teria de incluir também os angolanos por a saga é designada “Luanda Leaks”) já tinham percebido a sua prolongada e desproporcional prisão preventiva que tem como objectivo silenciar suas denúncias e manter escândalos como o Luanda Leaks fechados a sete chaves.

Ao fazer estas afirmações, dá para perceber que as autoridades portuguesas começam a temer sobre os resultados catastróficos que este “Tsunami da bisbiliotice” pode causar para altas personalidades de Angola e Portugal. “Se dependesse da Poliícia Judiciária e do Ministério Público português, estas informações nunca viriam a público, nem as autoridades angolanas alguma vez seriam informadas da existência destes dados”, lê-se na sua publicação do Twitter, acrescentando que “Vistos Gold, ESCOM, BES Angola… há ainda muita coisa que os portugueses merecem saber”.

Diante deste assumir da missão de divulgar mais conteudos, começa a me parecer que esteja a ser anunciada a ruptura do “casamento” ente o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação e Rui Pinto. Para tal, como virão novamente às telas de TV´s os 120 membros do consórcio divulgar novas investigações se Rui Pinto parece estar decidido em fazê-las ele próprio? Desta feita, a minha firmeza de que estes não investigaram nada começa a se confirmar!

Nas primeiras divulgações do Luanda Leaks já conseguia antever o vencedor do Prémio Nacional de Jornalismo de Angola. Pude notar que também havia muitos jornalistas renomados do nosso país a tentarem apanham “uma boleia” neste assunto para aumentarem o vedetismo. Por hoje, toda gabarice de que este grupo dos 120 tinham feito um profundo trabalho de investigação jornalística começa a desmoronas e se ter um clara visão que foi apenas um veículo para fazer soar “as bibliotices” do jovem pirata informático português.

Recordar que existe um adágio cá nas terras Nzinga Nkuvu, Buila Katyavala, Nzinga Mbandi, Mutu Ya Kevela e tantos outros soberanos que diz: “A ginguba por mais que seja comida no fundo da lagoa, as casca emergirão”. Em outras palavras, “A verdade sempre vem à tona”!

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