Por António Capitão
Os autos de consignação das obras de reabilitação dos troços Quitexe-Ambuíla-Quipedro e Uíge-Calumbo-Dambi-Negage foram assinados na semana passada na escola de formação de professores General Foguetão, na cidade do Uíge.
Miguel Nelembe representou na cerimónia o Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA), que rubricou o acordo com Lin Pin Ching, pela China Tieshiju Construction and Energy(CTCE), e Liu Jiang Jin, pela China Petroleum Pipeline (CPP).
O acto contou com a presença do secretário de Estado da Construção, António Flores, e do governador do Uíge, Paulo Pombolo, assim como de administradores e autoridades tradicionais dos municípios do Uíge, Quitexe, Ambuíla e Negage.
A reabilitação das estradas que atravessam a comuna de Quipedro e as aldeias do Tange, Quiôngua, Calumbo, Dambi e Pique deve ficar pronta em 14 meses e deixar para trás os tempos difíceis em que a circulação só é possível com recurso a viaturas com tracção às quatro rodas.
As obras contemplam trabalhos de desmatamento, alargamento, terraplanagem, asfaltamento, construção de pontes e passagens hidráulicas e sinalização vertical e horizontal.
A empreitada na estrada EC-220-2/EN-220, que compreende o troço Quitexe-Ambuíla-Quipedro, numa extensão de 76 quilómetros, foi adjudicada à CTCE e vai custar aos cofres do Estado 55,71 milhões de dólares. A obra garante 180 empregos directos.
No troço Uíge-Calumbo-Dambi-Negage da estrada EC-220-3, as obras ficam a cargo da CPP e estão orçadas em 29,6 milhões de dólares. A construtora chinesa prevê recrutar 105 trabalhadores angolanos.
Importância da fiscalização
O secretário de Estado da Construção, António Flores, sublinhou que as obras constam da carteira de investimentos públicos do Governo central. As duas empreitadas estão incluídas no vasto programa de construção e reconstrução das estradas do país, num total de 1.324 quilómetros, com recurso à linha de crédito da China.
António Flores referiu que, apesar da actual situação económica que Angola vive e que obriga à contenção de gastos, o Executivo decidiu avançar com estes projectos, que vão “proporcionar uma melhor circulação de pessoas e bens nestes municípios”. O governador provincial do Uíge, Paulo Pombolo, realçou a importâncias das duas estradas para as populações locais. O troço Uíge-Calumbo-Dambi-Negage é uma via alternativa para chegar ao município de Negage. “Gostaríamos de pedir à direcção do Ministério da Construção e do INEA que façam uma boa fiscalização destas obras para obtermos resultados finais com qualidade e que tenham longevidade”, disse.
Escoar a madeira
O governador do Uíge considerou oportuna a reabilitação do troço Quitexe-Ambuíla-Quipedro pelo facto daquele município ser o maior produtor de madeira da região. O governador sublinhou que 53 por cento da madeira produzida no país é originária da província e a maior parte é explorada em Ambuíla.
O governador disse acreditar que, com as estradas reabilitadas, novos operadores do sector vão investir naquele município e garantir mais empregos na região, aumentar a produção da madeira e a angariação de receitas para os cofres do Estado.
“Tudo mais facilitado”
O administrador municipal de Ambuíla, José Batista, afirmou que, com a reabilitação da estrada Quitexe-Ambuíla-Quipedro, “as coisas ficam mais facilitadas” para as autoridades administrativas, empresários e a população.
Com a via degradada, muitos empreiteiros recusam-se a trabalhar em determinadas localidades e, ao fazê-lo, oneravam o preço das obras.“Boas estradas levam desenvolvimento às comunidades. Fica melhorado o sistema de transportes públicos, cresce a rede comercial e surgem várias infra-estruturas públicas e privadas, visto que os investidores já não receiam perder os investimentos por eventuais acidentes que podem ser causados pelo mau estado da estrada”, frisou.
Produzir mais
O regedor do Dambi, João Bondo, manifestou, em nome dos habitantes das aldeias localizadas ao longo dos troços Uíge-Calumbo e Dambi-Negage, a satisfação pela reabilitação da estrada, que carece de reparação desde o período colonial.João Bondo sublinhou que a empreitada vai motivar os agricultores da região, que vão poder escoar os produtos do campo. Lembrou as vezes sem conta que viu grandes quantidades de alimentos deteriorarem-se por falta de transporte para os grandes centros populacionais. “Estamos todos apostados no aumento da produção da banana, mandioca, feijão, milho, ginguba, inhame, hortícolas e outros produtos que fazem parte da dieta alimentar da província”, disse.
Via JA
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