Mossi Ambrósio, nacionalista angolano, um dos fundadores da UNTA e do MDIA

Mossi Ambrósio, nasceu no dia 08 de Março de 1924 na Comuna de Kibokolo, Município do Zombo, Província do Uíge. Foi  filho de Lutumba Lufwankenda e de Gutu Zakatinu, Mossi Ambrosio passou a sua infância nesta mesma província e cresceu dentro de uma familia cujos os integrantes beneficiavam de valores culturais, morais e educacionais invejàveis, cuja a educação cristã e a modéstia de geração em geração constituiram a base de sucesso da família.

Devido a opressão exercida na altura pelo colono português, houve um despertar da sua consciência. No dia 04 de Fevereiro de 1938, parte para Brazaville, onde apesar de encontrar inúmeras dificuldades, não cruzou os braços e começou a exercer a actividade de fotografo, profissão que permitiu-lhe  conhecer várias individualidades, entre elas, o então chefe do governo colonial francês no Congo-Brazzaville, isso em 1943, acabando por ser seu fotografo principal. Usando de tal privilégio, no mesmo ano, foi recebido pelo general francês De Gaulle, que o convidou para fazer uma reportagem sobre as tropas francesas registadas naquela colónia.

Conviveu corn grandes figuras, como o presidente da Costa do Marfim Félix  Houphouët Boigny, o Presidente Congolês Fulbert Youlou e ainda o politico congolês Yopi Opango.

Em 1946 recebe o cartão de assimilado, tal facto permitiu que trabalhasse como intermediário político de segurança devido,  a imunidade que gozava, a possibilidade de livre circulação e a reputaçâo que ja tinha na altura no Congo-Francês.

A sua contribuição na classe dos bakongos foi bastante significante pois transportava a correspondência confidenciais para os senhores Diomi Ndongala e Kasa-Vubu para a preparação da independência do Congo-Leopoldville. Conquistada a independência do Congo Belga, não ficou parado e implicou-se na luta para a libertação do Congo português (norte de Angola).

Mossi Ambrósio foi um dos fundadores da UNTA e por mérito, foi-lhe atribuido a categoria de comissário. Conseguiu o que permitiu que prestasse sua contribuição para independência de Angola, pois foi chamado pelo Patricio Lumunba que informou-lhe a intenção do seu governo em ajudar Angola ser livre. Foi conselheiro de Simão Toko e membro do coro Congo-Angola que contava membros como Simão Toko, Simão Pedro, Daniel Swamani, António Tiago e Mauriçio Bonga. Foi membro fundador do M.D.I.A (Movimento da Defesa dos Interesses de Angola)  e conselheiro de Mbala João Pedro, presidente do mesmo partido. De realçar que, Mossi Ambrósio participou em varias actividades deste partido, que lutava pela independência de Angola, e chegou de ceder o seu quintal para as suas reuniões.

Em 1965, o M.D.I.A entra em contactos com as autoridades coloniais no sentido de exercer a politica dentro do territério Angolano.  J. Montinho aconselhou-os a entrar no território Angolano, inclusive com os seus familiares, porque não haveria problemas. Mas chegando em Angola, foram detidos pela PIDE-GDS. Permaneceram dois meses em Makela e seguidamente foram transferidos para Funda, em Luanda, onde ficaram dois anos e finalmente, foram transferidos para o campo de recuperação de São Nicolau, actualmente Bentiaba, em Moçamedes (hoje Namibe) onde foram encarcerados durante 7 anos. Em São Nicolau, Mossi Ambrósio, conviveu com vários presos políticos angolanos, incluíndo militantes do MPL.A, que actualmente são membros importante deste partido, do governo e oficiais do nosso exército nacional.

Em 1974 foi libertado e partiu para Luanda, neste mesmo ano, participou na luta de libertação de Angola, como guerrilheiro do MPLA e esteve enquadrado na Segunda Região, em cabinda, na qual o Sr. INGO, foi comandante. Foram momentos de intensas lutas.

Mossi Ambrósio residiu em Luanda na rua Quicombo, no Bairro S. Paulo. Foi sempre um homem decidido, obstinado, sempre lutou pelos seus ideais. Era honesto , amou muito os seus próximos e foi ainda possuidor de uma humildade merecedora de uma grande vénia.

Faleceu em Luanda no dia 21 de Dezembro de 2006, deixando filhos, netos e bisnetos.

 

Texto enviado por André Ambrósio

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