Município de Kimbele colocado na “baiuca”

Por Alfredo Dikwiza

Uíge, 08/10 (Wizi-Kongo) – A vila de Kimbele, 260 quilómetros a norte da cidade do Uíge, há anos encontra-se colocado na “baiuca”, a poluição de Kimbele sofre por injustiças sociais, falta de água, energia elétrica, assim como de infra-estruturas escolares, instituiçõ­­­es bancárias campos despostivos, instituições da justiça, saúde, esquadras da polícia nacional, faltas de vias de comunicação e pontes.

Kimbele parece ser uma parceira da República Democrático do Congo (RDC), também parece que ainda tem o Joaquim Mvumbi como adiministrador da circunscrição, José Eduardo dos Santos como presidente da República de Angola e Paulo Pombolo como governador do Uíge, começou por esclarecer hoje, Terça-feira, ao Wizi-Kongo, um dos filhos de Kimbele, Salvador dos Santos, ou simplesmente, Vovito (na imagem em destaque).

Desgastado com a dor que sente na alma e na pele, o entrevistado do Wizi-Kongo, admitiu sem rodeios de que em Kimbele nada mudou, nem com a célebre frase do partido no governo ” melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”, veio contribuir para algo de bom na sua terra natal (!…).

Aspecto da vila de Kimbele

PROJECTO ÁGUA PARA TODOS

Quando António Zambo foi adiministrador deste município, recordou, os Kimbelenses beneficiaram do projecto “água para todos” inagurado pelo então governador Paulo Pombolo. Água essa que vinha turva e no centro de captação sem condições higiénicas, onde os banhistas do rio “Futa” defecam e deitam o lixo, pior que isso, observou, a mesma água só era distribuída quando o município recebesse uma comissão vinda província ou a nível central, momentos depois das eleições, a água suja parou de sair até hoje.

A população passa por dificuldades sérias (!), bebem água turva e carregam bidões de água à cabeça e as velhas (pessoas de idade avançada) e componesas, assim como mulheres grávidas são obrigadas a carregar bidões em busca do bem precioso. As famílias do Kimbele é sustentada por naturesa, mas só “registamos o aumento do êxodo rural”.

Kimbele no meio rural, totalmente abandonado.

INJUSTIÇ­­­AS SOCIAIS E ABUSO DE AUTORIDADE

Em Kimbele, suspirou, Vovito, é proibido falar, é proibido críticar (…) a única emissora radiofônica existe é sub-gerida pelo partido no poder, MPLA, é proibido fazer reportagens, é proibido falar do estádo crítico do município, nem todas informações pasaam-na. Entretanto, os ativistas, são proibido falar, são proibidos críticar e também proibidos de organizar manifestação.

MAU ATENDIMENTO NOS HOSPITAIS DE KIMBELE

Vovito disse que Kimbele ganhou um hospital regional, mas falta quase tudo e mais, principalmente, os técnicos especializados para essa área, doenças graves são tranferidos para os outros municípios de Sanza Pombo e Negage, numa e única ambulância onde os pacientes são obrigados abastecerem o mesmo carro, para só, assim, verem seus próximos em estado crítico, serem transferidos para àqueles município, quando no próprio hospital de Kimbele se poderia fazer tudo (menos, talvêz os casos mais críticos e profundos).

“Há equipamentos que os poucos técnicos que tem não sabem manejar, os pacientes são obrigados para alugar carros afim de serem transferidos para Sanza Pombo ou Negage, o comprimido mais carente do hospital de Kimbele, se chama “paracetamol e quartem”.

ENSINO E A EDUCAÇÃO EM KIMBELE

Segundo ele, a circunscrição de Kimbele não possui nenhum liceu (escala do segundo ciclo) de carácter definitiva, os colégio só um (existe) de carácter definitivo, os restantes são todos de capim e descartáveis. Os alunos não estudam bem por falta de professores e de condições adequadas de ensino e aprendizagem (!).

“O liceu do Kimbele é palco do assédio sexual por parte dos professores, desentendimento entre professores por alunas que eles usam como namoradas e revalidades entre alunos e professores, por causa de namoradas, existem muitos finalistas que este liceu formou sem certificados, o direitor é mudo e estático nunca se pronunciou sobre a situação destes finalistas, que, muitos por essa causa, não podem ingressar nas universidades por falta de cerificados”, confençou tudo.

Para mesma escola, observou, que não existe associação de estudantes, não se realiza palestras, colóquios nem simpósios, assim como workshops. A reclamação dos certificados por parte dos estudantes começou em 2013, após ter sido exonerado o antigo director, Simão Capitão, cujo nomeação de Mateus António para o mesmo cargo na mesma instituição, deu início dos problemas no liceu do Kimbele até nos dias de hoje.

Para além de servir local de sexo para elite local, as ravinas ameaçam engolir o projecto habitacional de Kimbele

PROJECTOS HABITACIONAIS

No âmbito do projecto habitacional, avançou, Kimbele benefíciou de 56 casas, mas inacabadas que seriam 100 no total, as mesmas não possuem iluminação, nem água, estão rodeadas de capim verde, sem centro recreativo, nem escolas e esquadra policial e as ravinas ameaçam engolir o mesmo projecto.

Como as casa foram distribuídas, ninguém­­­ sabe (!), que meios usaram também ninguém sabe (…). “Só sabemos que algumas serviram como local para práticar sexo, por parte de alguns dirigentes do partido no poder, também o projecto habitacional denominada “dez” casas de caracter descartável que serviria pada habitar os professores que viessem de outras localidades do país e da província, em partícular, ficou servido para outros funcionários do estado, como agentes do SINSE, comissários dos partidos políticos pela CNE, dirigentes da polícia nacional e outros, que também usam essas casas como locais para práticar sexo, com as pobres mulheres do Kimbele”, desabafou.

Salvador dos Santos, acrescentou que para o projecto “casas dos médicos”, nem todos que habitam-no são médicos, como tal, a exemplo, do primeiro secretário do partido MPLA, também vive no naquele projecto, um político a ocupar a casa de quem é médico.

TRANSPORTE PÚBLICO

No sector dos transportes públicos só “vimos” retrocessos, as máquinas donimanadas tractores agrícolas, que vinham para servir as associações e cooperativas, hoje servem como meio de transporte para as populações das Comunas de Icoca, Cuango e Alto Zaza, assim como moto tax denominadas cupapatas e com preços exorbitantes nunca visto, extorquindo as pobres famílias, rematou. Dos Santos, lembrou que, uma viagem a uma dessas comunas, custa 20.000, 00 (vinte mil kwanzas), como se estivessem a viajar no exterior de Angola. “Tudo aqui é atoa”, resumiu.

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