Por Salas Neto
Ponto prévio: Esta espécie de resgate da história do ainda polémico «início da luta armada de libertação nacional» não é nem pode ser tida como absoluta.
Quarta-feira, 4 de Fevereiro. Era feriado. Celebrava-se o 54.º aniversário do início da luta armada de libertação nacional. E este era precisamente o assunto que nos levava ao bairro Adriano Moreira, ali pelas bandas da Cuca, onde tínhamos encontro marcado com o «mais-velho« Augusto Kiala Bengui, uma das figuras do «4 de Fevereiro», sob a indicação de pessoas amigas em como ele teria uma versão algo diferente da que nos é contada oficialmente sobre esta gesta.
De resto, aqui residia, na verdade, o interesse da conversa que com ele conseguíramos combinar, em sua casa, situada bem ao lado de um dito «Comité 4 de Fevereiro», sede de uma organização que congregará figuras que teriam participado desta famosa gesta nacionalista em 1961. Antes, nas vésperas da independência e nos tempos que se seguiram, era conhecida como uma famosa base da ODP na zona.Mesmo com as indicações dadas pelo «mais-velho», seria difícil ao autor destas linhas dar com o sítio.
Por sorte, o seu companheiro de missão (o repórter fotográfico), que frequentou a banda enquanto mais jovem, tinha lembranças dessa famosa base da ODP, o que, agregadas aos benefícios daquela conversa do «quem tem boca, sempre chega a Roma», lá conseguimos chegar ao dito «Comité 4 de Fevereiro» que procurávamos. «Eu moro mesmo aí ao lado», disse¬ra o ancião. Ainda assim, quase desesperamos, quando, ao perguntarmos a um grupo de cidadãos, que tinha feito da frontaria do comité a sua «mutamba» para curtirem o feriado, ao sabor de umas bitolas, se nenhum deles conhecia «um ‘mais-velho’ chamado Augusto Kiala», obtivemos um «não» redondo como resposta.
«É Augusto Kiala Bengui», insistimos, momentaneamente complicados. «Hã, é o ‘mais-velho’ Bengui. É nesta porta aí ao lado», indicam-nos, final e felizmente.
Entretanto, alguém nos reconhece, o que nos obriga a um dedo de conversa sobre banalidades mundanas, antes de batermos a porta da residência apontada. Uma menina nos vem atender e pouco depois somos convidados a entrar. A casa é modesta, mas a simpatia da recepção é enorme. Acomodam-nos e logo de seguida surge a figura: é um «mais-velho» de baixa estatura, magro, mas ainda com ares de quem já tivera muita genica.
Como já sabíamos (nós e ele) de antemão do que se tratava, depois da saudação e de uma pequena apresentação, passamos logo à acção. «Mais-velho Augusto Kiala Bengui, disseram-nos que o senhor teve um papel elevado no ‘ 4 de Fevereiro’, embora quase não se fale de si. O que nos pode dizer sobre isso?», arriscamos, como «entrada» para o assunto.
A resposta seria mais que surpreendente. «Eu fui o maestro e o comandante do ‘4 de Fevereiro’. Posso mesmo dizer que ‘eu sou o 4 de Fevereiro’», afirmou desabridamente o «mais-velho», sem qualquer tipo de hesitação. Diante da nossa manifesta estupefacção, devido à força dessa sua inesperada declaração, ele continuaria, impávida e serenamente, sem gaguejos: «Se formos a falar a verdade, eu fui o activista máximo do ‘4 de Fevereiro’. Eu até é que indiquei o dia 4 de Fevereiro como a data para darmos início à revolta».
E conta que recebera instruções de Matadi, no então Congo Belga, para onde viajava com frequência, de gente alegadamente ligada à UPA, que não identificaria. Para incentivar a realização de uma revolta popular, ao lado de três outros activistas que diz ligados também àquele movimento, mas sem deixar de notar que as tais instruções não seriam determinantes, como veremos adiante.
Diz que a eclosão da revolta estava prevista para o Carnaval, em Março, mas que alguns desenvolvimentos políticos e militares inesperados acabariam por obrigar a uma antecipação do dia «D». Fala então, como causas dessa antecipação, não só da célebre história do paquete «Santa Maria», que colocara Luanda no foco das atenções de alguma imprensa mundial, mas também e sobretudo da descoberta pelas autoridades coloniais do centro de treinamento dos patriotas que se preparavam para o ataque às cadeias, situado na antiga Pedreira de Cacuaco.
«Por traição de alguém dos nossos, os colonos descobriram o centro de instrução, tendo alguns aviões sobrevoado o local, o que nos obrigou a desactivar a base», recorda Augusto Kiala Bengui, antes de afirmar que tal trouxera alguma desorientação no seio dos grupos de nacionalistas que se preparavam para o início da revolta, sob instrução de um antigo soldado angolano do exército colonial, a quem identificou por Ventura, «um moço de Catete».
Diz que a ideia geral inclinava-se para um refúgio na zona da Funda, mas ele discordou por significar um recuo, quando já não era hora para hesitações, até porque se revelava estrategicamente contraproducente, tendo então sugerido a mata de eucaliptos onde é hoje o «Nelito Soares» ou a zona do actual marco histórico do 4 de Fevereiro, ao Cazenga, sendo que acabariam por estabelecer aqui o comando da revolta. «Se nos baseássemos na Funda e as coisas dessem para o torto, haveríamos de nos esconder mais aonde?», interrogou-se o «mais¬-velho», que garante ser ele quem escolheu a então menina Engrácia (a agora Rainha do 4 de Fevereiro) para integrar as hostes dos patriotas, pois era importante contar com alguma representação feminina.
Segundo ele, a primeira escolhida havia sido uma moça de Malange, identificada por Esperança, mas ela seria posta de parte depois que os aviões dos colonos sobrevoaram a Pedreira de Cacuaco, o que pressupunha que alguém delatara, mas sem arriscar que havia sido a sua eleita de então a colaborar com os tugas.
Augusto Kiala Bengui acrescenta que a precipitação para a eclosão da revolta na madrugada de 4 de Fevereiro de 1961 se devera também à necessidade de se capitalizar a mobilização já conseguida até então, uma vez que o recuo significaria o esboroar dos esforços empreendidos, mais ainda por poder vir a significar a prisão ou mesmo a morte dos nacionalistas envolvidos na preparação da gesta.
«Se esperássemos a data marcada, que era no mês de Março, haveríamos de ir todos presos e acabaríamos por não fazer nada de jeito», argumenta o «mais-velho», adiantando que as notícias de que os colonos estavam a programar matar, lançando ao mar, os nacionalistas presos, também concorreu para a precipitação da data dos ataques.
Afinal, houve duas investidas. O DESASTRE DO DIA 11
Augusto Kiala Bengui conta que, afinal, houve duas investidas em dias diferentes dos nacionalistas angolanos contra as cadeias portuguesas. A primeira, a 4 de Fevereiro, comandada por si, como insiste, não fora tão sangrenta como se pensa, pois resultou em apenas duas baixas do lado dos patriotas, em dois ataques efectuados na que é hoje a «Rádio Patrulha» e na cadeia de São Paulo. Segundo ele, no total, os colonos tiveram oito baixas.
Afirma ainda que, ao contrário do que se diz, Neves Bendinha não pertencia à nenhuma das estruturas do comando, no qual ele tinha Raul Duião, Virgílio Sotto-Mayor e Paiva Domingos da Silva como colaboradores directos. Mesmo Imperial Santana também não pertencia à chefia. Contudo, diz que se lembra de Neves Bendinha, pois fora a ele a quem recaíra a missão de ler o «capítulo 20» sobre a lei da guerra de um livro bíblico (Deutorónio), um recurso a que se lançara mão para se transmitir fé e coragem aos patriotas preparados para os ataques às cadeias coloniais na madrugada daquele dia.
Interrogado sobre se participara no ataque às cadeias nesse dia, Augusto Kiala Bengui confessa que não, já que comandava as operações na rectaguarda, a partir do Cazenga, mas defende que o seu papel importante na gesta não pode ser esbatido por isso, até porque sempre foi tido pelas autoridades coloniais (diz que está registado) como o verdadeiro mentor e maestro do «4 de Fevereiro».
Já a segunda investida, empreendida à sua revelia, a 11 de Fevereiro, como diz, sob chefia de Raul Duião e provavelmente de Neves Bendinha, seria desastrosa para as hostes dos nacionalistas, pois morreriam muitos jovens, alguns deles feitos pura «carne para canhão», devido ao atabalhoamento que norteou a sua preparação.
Augusto Kiala Bengui diz que a autoria do «4 de Fevereiro» não se pode atribuir em termos absolutos nem ao MPLA nem à UPA, pois os ataques às cadeias foram essencialmente resultado da «saturação do povo angolano» diante do sofrimento a que era votado pelos colonialistas portugueses. Para ele, é provável que tanto um como outro pudesse ter nas hostes dos nacionalistas que se preparavam para a luta armada elementos influenciados pelos respectivos ideais partidários, mas esta influência não foi determinante de modo algum. «Aliás, naquela altura, não havia divisão de ideologias entre nós, os nacionalistas.
O mais importante era iniciar a luta armada pela independência e era isto que nos animava. O fundamental era atacar¬mos o colono e foi isso o que fizemos», diz o «mais-velho», reconhecendo, todavia, que o nome da UPA era de facto o mais evocado, não propriamente como o de alguma estrutura partidária que mexia os cordelinhos a partir do outro lado da fronteira, mas como expressão idiomática incentivadora para a revolta, a que estava mais presente nos panfletos que os activistas da mobilização popular espalhavam pelos bairros de Luanda.
O velho nacionalista nega que o cónego Manuel das Neves tenha tido o papel de figura central do «4 de Feverei¬ro», tal como lhe é atribuído por alguns investigadores, já que, como afirma, ele actuava apenas como «conselheiro» dos patriotas embrenhados na preparação dos ataques. Nega também que tenha sido ele quem se encarregara da armazenagem e distribuição das catanas utilizadas nesses ataques. «Era eu quem ‘baptizava’ as catanas», garante.
Minimiza também a influência de fora na preparação dos ataques, nomeadamente por via de instruções regulares emanadas a partir do Congo Belga, por nacionalistas angolanos lá baseados, como se vem propalando por certos investigadores e historiadores. Augusto Kiala Bengui diz que não houve nada disso, pois apenas se lembra de um fugaz encontro com Mário Pinto de Andrade, em Matadi, onde ele se encontrava a participar duma conferência internacional promovida pelo partido de Patrice Lumumba.
«Na verdade, eu é que fui o comandante e o maestro do ‘4 de Fevereiro’, mas continuo escondido até hoje», lamenta o velho nacionalista.
Preso a 31 de Maio de 1961. TRAÍDO PELA ESPOSA DUM COMPANHEIRO
Tendo conseguido escapar das primeiras prisões em massa que se fizeram após os ataques de 4 e 11 de Fevereiro (e ainda do 15 de Março), Augusto Kiala Bengui garante que se tornaria no nacionalista angolano mais procurado pelas autoridades coloniais, tendo sido preso a 31 de Maio de 1961, no Sambizanga, após ser supostamente entregue pela esposa de um seu companheiro, a quem identificou por João Bento, que já se encontrava nos calabouços nessa altura.
Ele se tinha posto nas matas, a caminho de Nambuangongo, zona que servia de trampolim para se chegar ao Congo, onde estava estabelecida a rectaguarda dos nacionalistas angolanos então já em luta aberta contra o colono português, mas a enorme agitação criada no eixo Luanda/ Cuanza Norte/Uíge, com a revolta do «15 de Março», obrigou¬-o a recuar, junto com alguns outros companheiros do «4 de Fevereiro».
Baseou-se então na Barra do Dande, donde fazia algumas incursões clandestinas pelo Sambizanga e por outros musseques de Luanda. As autoridades coloniais estavam de atalaia e, à mínima informação da sua presença, desencadeavam buscas que, contudo, se revelavam infrutíferas, algumas vezes, por pura sorte.
Na sua busca por informações sobre a sorte dos seus companheiros detidos e sobre a evolução da luta, teve alguns contactos com a esposa de um deles (João Bento), que se revelariam fatais poucas semanas mais tarde. Alertados, os colonos tugas montaram um engodo: a senhora, disfarçada, viajaria no mesmo autocarro que Augusto Kiala Bengui apanhava para chegar ao Sambizanga desde a Barra do Dande, com a missão de dar aos «pides» um sinal específico da sua presença assim que tal acontecesse. O «mais-velho» diz que só desconfiou de que algo de anormal se passava em relação a si num dia desses, quando, já à chegada, descobriu que a «bessangana» sentada no autocarro mesmo ao seu lado era, afinal, a esposa do companheiro João Bento.
E, na madrugada do dia seguinte, o Sambizanga seria sacudido por um forte contingente policial, reforçado por efectivos do exército colonial, equipados com blindados e tudo, mobilizados para a caça ao «comandante» dos assaltos às cadeias que abalaram o regime, como era rotulado pelos colonos. Caçado finalmente, «mamaria» cinco anos de cadeia, sendo libertado em 1966, sob condições. Ficaria em liberdade limitada (próxima da prisão domiciliária) com emprego numa secção especial da Diamang, antes de voltar a ser preso alguns anos mais tarde, por participação na luta clandestina.
Diz que fez parte de um denominado «Comité Regional», uma espécie de mega-célula ou um conjunto considerável de núcleos de acção, que era integrado por nacionalistas de várias colorações partidárias, em que se destacava Vicente Pinto de Andrade, de quem se faria grande amigo (hoje são compadres) durante a «prisa» na Cadeia de São Paulo, no que seria a sua segunda privação de liberdade. Conta que nessa altura as clivagens entre o MPLA e a UPA (ainda não se falava da UNITA), ao menos ao nível da luta clandestina em Luanda, eram inexistentes, algo que só viria a ser quebrado com o massacre de guerrilheiros do movimento de Agostinho Neto por forças de Holden Roberto, no Kinkuzo (Zaíre), em 1967.
O velho nacionalista acredita que, na sua primeira prisão, serviu de «moeda de troca» com o companheiro João Bento, já que este seria devolvido à liberdade uma semana depois dele ter sido apanhado.
A «dipanda» era o principal objectivo da sua luta. SONHO REALIZADO, MAS…
Augusto Kiala Bengui diz que se sente satisfeito por ter contribuído na luta pela independência do país, algo que era, aliás, o seu principal sonho quando se decidiu a envolver-se nesta causa, por influência de um antigo soldado angolano que combateu pelo exército colonial em Macau, na década de 50, a quem identifica como sendo Panzo Bengui, seu parente. «Posso dizer que era meu sobrinho. Éramos crianças, quando ele começou a nos incutir os ideais pela liberdade», conta o velho nacionalista. O seu mentor político acabaria por ser um dos comandantes do «15 de Março» e posteriormente se tornaria numa das figuras de proa das estruturas militares da UPA. Desconhece o seu paradeiro actual, mas acredita que já terá falecido.
Recusando-se a revelar se está ligado a algum partido, Augusto Kiala Bengui lamenta o facto das autoridades não lhe atribuírem cabalmente a importância devida a um «actor» do início da luta armada e combatente pela liberdade (mamou várias cadeias até ao 25 de Abril), quando, como acusa, até há alguém que foi motorista de Imperial Santana a quem foi conferido o posto de «general», enquanto a si apenas foi atribuída a patente de tenente-coronel para efeitos da Caixa Social das Forças Armadas. Embora se sinta injustiçado em relação aos benefícios que lhe são atribuídos nesta instituição de segurança social das FAA, já que todas as outras principais figuras do «4 de Fevereiro» o são a níveis superiores, confessa que já no «Fundo de Pensões», ao contrário, está inscrito como «tenente-general».
Para ele, o grande problema é mesmo com a «caixa social», onde alguém fez uma barafunda qualquer (começaram por trocar o seu nome) com o nítido propósito de o prejudicar nesta questão das patentes, la¬mentando também o facto de não beneficiar de uma residência à altura da sua importância como um dos pioneiros da luta de libertação nacional, se bem que, em termos de transportes, já se tenha dado por satisfeito com a viatura de alta cilindrada (uma Toyota Land Cruiser) que lhe foi oferecida no início do ano passado.
Conta também que houve algum reconhecimento político no ano passado, quando foi chamado a representar os «Heróis do 4 de Fevereiro» no Uíge, por altura da celebração da data em 2014, só que não permitiram que fizesse uso da palavra, algo que o deixou muito magoado.
Contudo, desconfia que alguém andou a «comer» em seu nome, acusando o falecido Bengui Pedro João de assim o ter feito, apresentando¬-se como seu parente directo, até que o Presidente da República «lhe deu dinheiro para ir buscar» o seu corpo, coisa que concorreria para o desmascaramento da farsa da sua morte. Por isso, acredita que o Chefe de Estado saberá do seu real valor, mas que as coisas não lhe chegam como devia ser por algum incumprimento, lamentando mesmo, por exemplo, a brincadeira de que foi vítima há uns anos, com a falsa «atribuição» de uma casa num complexo residencial que não precisou. Depois de proceder a alguns trabalhos nela, antes de se mudar, chegaria a informação de que a casa, afinal, não era para ele. E até hoje anda à espera que resolvam o imbróglio. Brincadeira.
A finalizar este capítulo, diz que gostaria de um dia vir a expor os seus problemas de viva voz ao Presidente da República. «A maka será como chegar até ele», queixa-se.
Bilhete de Identidade
Augusto Kiala Bengui nasceu há 74 anos, na comuna «31 de Janeiro», município da Damba, província do Uíge. Tem apenas a 4.ª classe, mas garante que aproveitou as suas entrecortadas mas longas estadas na cadeia para obter conhecimentos que podem equivaler ao «quinto ano do liceu». Teve apenas o azar de não conseguir realizar então os exames que lhe poderiam conferir este «título». Seja como for, ele é um ancião que parece entendido em vários domínios, com uma oratória assinalável, que foi aliás capaz de nos causar muito boa impressão, o suficiente para termos dado o tempo que passamos com ele como bem proveitoso.
Tocoísta confesso, Augusto Kiala Bengui diz que o «movimento prfético» criado por Simão Toco teve um importante papel na mobilização do povo angolano, sobretudo na sua principal zona de influência (norte da então colónia) para a luta de libertação. «Ele era religioso e político», diz o «mais-velho», quando interrogado sobre a eventual influência do tocoísmo nos acontecimentos do «4 de Fevereiro», altura em que o seu fundador já se encontrava encarcerado.
É nesse ambiente de religião e política que Augusto Kiala Bengui cresceu, pois morou nos antigos «Blocos de Simão Toco» durante quase toda a sua juventude.
«Se por altura do ‘4 de Fevereiro’ tinha pouco mais de vinte anos, como é que conseguiu ser elevado à categoria de ‘comandante’ no meio de tantos ‘mais-velhos?’», interrogámos-lhe.
«Eu já tinha a quarta classe (e a quarta classe daquele tempo não era de brincadeira), sabia ler e escrever bem, além de que era um jovem viajado (ia muito ao Congo Belga), pelo que não foi difícil impor-me», argumenta. Antes de insistir: «Continuam a me esconder, mas eu fui mesmo o comandante e o maestro do ‘4 de Fevereiro’».
Augusto Kiala Bengui é pai de 15 filhos com várias companheiras.
Fonte: facebook/Salas Neto
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