O discurso em lingala do Paulo Pombolo, provoca um “tsunami” de indignação. (Vídeo)

 

“Tolingi tozala na 5 deputés awa na Uige, soki bo voté n° 4, reponse (matche) ezali ya 5-0” (Nós queremos ter 5 deputados aqui na província do Uíge, se votarem no n° 4, a resposta será de 5 à 0), assim discursou em lingala, no passado sábado, em Makela do Zombo, o primeiro secretário do MPLA na província com o cheiro do café.

Paulo Pombolo, está em campanha eleitoral, na qualidade do chefe máximo do partido no poder na província, na previsão das eleições que se avisinham. Depois de visitar alguns municipios, o também  governador da provincia do Uíge, chegou no passado sábado em Makela, capital do município do Zombo, onde mobilizou o eleitorado, aglomerado na praça principal da vila nortenha angolana, para votar no seu partido, o MPLA.

Depois de discusar na língua portuguêsa, Paulo Pombolo, usou uma frase, acima escrita, em lingala, dirigindo-se a população constituida, na sua maioria, de antigos refugiados na RDC (ex-Zaire), agora regressado em Angola, no seu país de origem.

Nas redes sociais, depois da publicação do vídeo (ver em baixo do artigo), a reacção dos internautas não se fêz esperar, em vários murais, dos bakongo de Angola no facebook, por exempro, nota-se claramente o agastamento, por ter expressado numa língua que não se fala em Angola, mais de um pais estangeiro, ao invêz do Kikongo, visto que a mesma população que fala lingala, também expressa-se em kikongo. “Uíge, oficializou lingala”, “será que os habitantes do Uíge entendem melhor lingala que kikongo ?”, “Adeus kikongo, viva lingala no Uíge”, “Uíge, culturalmente, é uma província da RDC”, etc, pode-se ler nas diversas páginas ou grupos de discussões nas redes sociais.

Trata-se de marketing político do MPLA ou Paulo Pombolo deixou-se levar pela emoção, ao falar numa lingala perfeita, sem rugas? Para um promotor de cultura Kongo em Angola, também membro do MPLA, que preferiu guardar o anonimato,  disse que “o governador foi mal aconselhado, todo mundo sabe que, praticamente, entre os regressados angolanos da RDC, “os chamados zairenses”, a maioria, naturais e habitantes do Uige e o seu partido, o MPLA, nunca celebraram a “lua de mel”, seria bem melhor se falasse somente kikongo.”

A redacção do Wizi-Kongo contactou um militante do MPLA, que integra a comitiva em campanha no Uíge, para saber porque razão a mobilzação em lingala, respondeu que ” em Makela existe uma população jovem, na idade de votar, regressada recentemente da RDC, onde nasceu, seguindo os seus parentes angolanos, detentor de identidade angolana, que não comprende ainda melhor a lingua portuguesa nem kikongo. O camarada primeiro secretario provincial, dirigiu-se a eles, ensinando-os como votar para um futuro melhor, o que há de mal nisto?”. E a questão de saber porque o Paulo Pombolo, que representa estado angolano na província, não recorreu ao serviço de um traductor, designado oficialmente, para falar com esta população regressada da RDC, o activista eleitoral do MPLA reagiu que “o meu partido está em campanha eleitoral e não em missão de estado. MPLA como partido político, nunca excluiu angolanos como seus militantes porque falam línguas estrangeiras, falar com eles na lingua que eles compreendem de momento, nunca foi problema nenhum, consulta a história do MPLA e verás.  Inserir essa população na vida social de Angola, foi sempre uma prioridade para nós”, concluiu.

Recordamos que falar com população angolana em lingala, não é  inovação do MPLA, todos partidos politicos procedem na mesma forma, nas províncias do Uíge, Zaire, Cabinda e mesmo em Luanda, no intuíto de ganhar mais vozes, nas eleições.

 

Fonte: wizi-kongo.com

 

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