Por Cardoso Profeta Gambôa
Conhecido no início como Movimento “Pró – Independência Nacional de Angola”, na verdade foi um Grupo de Jovens Patriotas, na sua maioria estudantes do Ensino Secundário do Colégio das Beiras e Escola Industrial de Luanda que desde os anos de 1956/57, vinham confabulando e a pensar nos caminhos que os levaria a envolver-se de peito aberto na Luta de Libertação Nacional, mesmo prevendo os riscos das suas próprias vidas…
E que no decorrer de 1958 se constituiram em Movimento denominado “Pró – Independência Nacional de Angola”, havendo uns provenientes e/ou somente com vínculos afetivos que os prendiam à Formações e Denominações Politicas, que viriam a ser presos mais tarde durante o ano de 1959…
Algumas actividades desenvolvidas pelo MINA de 1957 a 1958:
1° Campanhas discretas de alfabetização, educação massiva e mobilização, através de manuais e textos políticos que iam aparecendo e panfletos que foram sendo recopiados e distribuídos;
2° Estabelecer contatos com as camadas dos Musseques então chamadas de “Mais Baixas” sendo o Alvo Preferencial:
a) Os Contratados chamados Bailundos;
b) Os Criados e outros Empregados Domésticos nas casas dos Senhores Brancos – na sua maioria de Kalulu e Kibala;
c) Os trabalhadores Negros nas Fábricas e nas Obras de construção Civil (pedreiros, carpinteiros, serralheiros, homens esforçados na Kimbangula – na sua maioria de Catete, Caxito, Barra do Dande e Malange;
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Jovens empregados das oficinas gráficas, escritórios, contínos de serviços públicos e estafetas – na sua maioria Filhos de Catete, Ambriz, Ambrizete e Malange;
# Estes foram os aderentes que tão depressa se prontificaram a disseminar por toda a parte a Boa Nova e os ideais que a breve trecho incendiaram dai em diante por Boa parte de Angola.
3° A perspectiva de Ações Militares e Sabotagem tornou-se numa opção irreversível e numa prioridade no seio do Grupo;
4° Estabelecer Contatos com Figuras Religiosas Importantes;
a) De salientar o apoio importantíssimo de alguns Pastores, Padres e Reverendos;
5° Estabelecer Contactos com os “Mais Velhos” da Função Pública, onde o Nacionalista: Adriano João Sebastião, jogou o “Papel Importantíssimo”
a) Na altura ser figura de Topo na Sociedade Negra, muito conhecido e respeitado como Professor na Escola da Missão Evangélica e resoluto Patriota nas suas disposições perante a situação a que todo o homem Negro estava sujeito;
b) Detinha relações com proeminentes figuras como:
# Eng. Amílcar Cabral
# O escritor Viriato da Cruz
# O escritor Mário António
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Fora os laços de Amizade que o prendiam ao Dr. António Agostinho Neto desde o CEJA (Centro Evangélico da Juventude Angolana), durante os anos 40.
Foi no decorrer de 1959 que o MINA ganhou mais força e o verdadeiro corpo de Movimento de Libertação Nacional:
a) Vários Grupos na Clandestinidade, dentre eles o Movimento dos Pausinhos liderado por: Cardoso Sebastião Gambôa, Adriano Domingos de Lemos, Adão João Cortez e Pascoal Domingos Sebastião se tornaram uma Força Conjunta;
O MINA, começou a desenvolver planos mais ousados, tendo justamente em conta as prisões em Massa que estavam sendo levadas a cabo pela PIDE e as torturas que estavam sendo sujeitos os Presos Políticos desde 29.03.1959.
Em Novembro de 1959, a realização em Luanda de uma Conferência Internacional de Trabalhadores (O.I.T), integrando delegações de Países de África já Independentes como Ghana e Guiné Conacry e outros em luta pela Independência, agitou ainda mais a direção do MINA.
Ainda em 1959, foi intensificado:
a) A mobilização através de Panfletos;
b) Reuniões Massivas;
c) Os Batismos pelos Pausinhos;
d) Aquisições de Catanas;
e) Aquisições de Armas;
f) E a importantíssima aproximação a UPA.
Criando desta forma uma Força Conjunta e Coesa com o objetivo da Invasão as Cadeias e a Libertação dos seus Líderes, no final de Dezembro de 1959 e/ou até Maio/Junho de 1960.
Para espanto de muitos e de forma quase inexplicável, em Janeiro de 1960, houve uma Reunião com alguns Membros do Elenco Diretivo do MINA, onde o Tema foi:
# Plano de Reestruturação do MINA e do seu Elenco Diretivo.
Como resultado da mesma, durante o 1° semestre de 1960, surge o Fim do MINA, pois converteu-se na 1° Comissão Diretiva do MPLA – conforme consta na menção do Dr. António Agostinho Neto, na Sessão de Encerramento do 1° Congresso do MPLA que teve lugar em Dezembro de 1977.
Honra e Glória aos nossos Nacionalistas do MINA, UPA, Movimento dos Pausinhos e Outros que direta ou indiretamente deram o seu contributo na Clandestinidade para a Luta de Libertação Nacional…
Os Nacionalistas do “Grupo dos 36” começaram a ser Encarcerados pela PIDE em Março de 1959;
Após Julgamento fizeram o seguinte trajeto:
# 16.02.1961 desterrados para a Cadeia da Colônia Penal do Bié;
# 05.05.1962 desterrados para o Campo de Concentração do Missombo (Kuando Kubango);
# 03.01.1968 desterrados para o Campo de Concentração do São Nicolau;
No julgamento houve muitos outros Nacionalistas mais apenas ” 36″ foram acusados de Terroristas, Altamente Perigosos e indivíduos com má influência para coabitar com os demais razão pela qual foram desterrados e sofreram torturas insólitas.
Sob Liderança de Cardoso Sebastião Gambôa nenhum Membro do “Grupo dos 36” sucumbiu nos calabouços.
Lista dos membros do Grupo dos 36:
1° Adão João Sebastião Cortez
2° Adriano Domingos de Lemos
3° Adriano João Sebastião
4° Adolfo João Pedro
5° Alberto Fonseca da Conceição
6° Bernardo Adão Francisco
7° Bernardo Joaquim da Silva
8° Cândido Fernandes da Costa
9° Cândido Tavares Pimenta
10° Cardoso Sebastião Gambôa
11° Celestino Sebastião Gambôa
12° David Bernardo de Eça Queiróz
13° Domingos Luís Serafim
14° Domingos Damião Neto
15° Fernando Coelho da Cruz
16° Fernando António Pinheiro
17° Francisco Bernardo Horácio
18° Frederico Luís Colombo
19° Humberto Fernandes da Costa
20° João Pedro Andrade
21° João Domingos da Gama
22° Jaime Madaleno da Costa Carneiro
23° Júlio Sebastião Manuel Gambôa
24° Manuel Pedro Pacavira
25° Manuel Augusto da Silva Coelho
26° Manuel Roela Sebastião
27° Mariano Sebastião Gambôa
28° Pascoal Domingos Sebastião
29° Pascoal Pedro da Gama
30° Pascoal André Félix Makueria
31° Paulo Domingos Velasco
32° Pedro Adão Cristóvão
33° Pedro Manuel
34° Rodolfo da R. Bernardo
35° Salvador Ferreira de Almeida
36° Sebastião da Silva Pinto
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