PARA A MAIORIA DOS REFUGIADOS ANGOLANOS NO ZAIRE, A INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA FOI UMA ILUSÃO.

Holden Roberto passando em revista guerrilheiros do ELNA na Base do Kinkuzu, em 1974. Imagem da FNLA.

História de Angola

Por Pedro Adão

O anúncio oficial da referida data foi feito pelo próprio líder da FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), Holden Roberto, num comício que presidiu alusivas às festividades do ultimo 15 de Marco na Base militar central do ELNA em Kinkuzu.

O 15 de Marco é a data do inicio da luta armada pela conquista da Independência nacional por parte da FNLA.

O ELNA (Exercito de Libertação Nacional de Angola) era o braço armado da FNLA. A base de Kinkuzu situava-se na RDC, Região (Província) do Baixo-Zaire, hoje Baixo Kongo, Sub-região das Cataratas, na área de Bangombe, próxima da sede central da Igreja Kimbanguista, em Nkamba.

Nkamba eh aldeia natal do profeta Simao Kimbangu.

“Segundo as notícias da imprensa, ocorre uma situação politica anormal em Portugal que poderá culminar com as independências das suas antigas colónias em África; esperemos para ver…”, foi assim mais ou menos nestes termos que Holden fez o anúncio numa parada militar na famosa e temida base de Kinkuzu.

Na parada, duas unidades militares destacaram-se, uma chefiada pelo Comandante Penalty dito Kioto e outra dos Comandos boinas verdes por André Ndozi dito Leopardo.

O sonho do Yembe – nome pelo qual o Comandante-em-chefe do ELNA e Presidente da FNLA, Holden Roberto, era chamado – concretizou-se com o golpe de Estado contra o governo de Marcelo Caetano em Portugal, a 25 de Abril de 1975.

Em seguida, foi a vez da imprensa zairense (congolesa), nomeadamente os poderosíssimos diários Elima e Salongo a anunciarem em letras garrafais na capa a iminência da Independência de Angola. O jornal Elima, antigo Courrier d’Afrique, concorria com o seu congénere Al Ahram do Egipto. Os jornais esgotaram-se ao abrir e fechar dos olhos e eram revendidos a preços de ouro.

Foi nesta ocasião que os refugiados angolanos ouviram pela primeira vez falar de um terceiro movimento de libertação de Angola chamado UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) e do seu líder Jonas Malheiro Savimbi.

Dias depois, delegações dos três Movimentos de Libertação negociaram com a potencia colonial, em Alvor, Portugal, e assinaram um Acordo sobre a Independência de Angola chamado “Acordos de Alvor”.

Antes de Alvor, os pais da Independência nacional, nomeadamente Holden Roberto, António Agostinho Neto e Jonas Malheiro Savimbi, passaram por Mombasa, no Kenya, para uma reunião de concertação de ideias, sob a égide do carismático Presidente Jomo Kenyata. Tudo aconteceu no tempo do falecido Presidente-fundador do MPR (Movimento Popular da Revolução) e da Republica do Zaire, Mobutu Sese Seko Kuku Ngbendu wa za Banga (antigamente Joseph Desire Mobutu).

Na base militar operacional do ELNA, em Luangu, a notícia provocou de um lado a euforia e do outro o cepticíssimo. Muitos entoaram a canção fetiche da FNLA “Ketu kuenda e Ngola…” (Já vamos a Angola…). Outros tantos duvidaram que a guerra e o colonialismo português pudessem chegar ao fim em Angola.

Na sede da representação do GRAE (Governo Revolucionário de Angola no Exílio) em Matadi, capital da Província do Baixo Congo, Jovelino Eduardo que fez parte de uma delegação da FNLA que participou numa conferência sobre a descolonização de Angola que decorreu no Egipto falou de um certo José Ndele que representou um Movimento de Libertação de Angola chamado UNITA. Jovelino admirou a eloquência de Ndele que considerou de poliglota e inteligente, minimizando a existência da UNITA.

A propósito deste Movimento (UNITA), discutia-se muito sobre o nome de Savimbi. Muitos consideravam que os jornais erraram na ortografia do nome que, em vez de Savimbi, seria Savimpi, pois Saúde em língua Kikongo eh Vimpi. Ou então Savimba ou Savimbu, pois Vimba eh verbo inchar, dilatar e Vimbu o seu substantivo. Outra curiosidade foi de constatar que os nomes mais destacados do movimento (UNITA) terminavam em Bi ou Ba. São nomeadamente Savimbi, Sitakumbi, Sangumba, Kakumba, alem do famoso e popular jovem engenheiro Vakulukuta. Fala-se repetidamente destes nomes e muitos chamavam a UNITA de o Partido dos Mba, Mbi e Vakulukuta.

Na base militar de Luangu, o primeiro adepto da UNITA foi um jovem marceneiro chamado Kinu Eduardo, filho de Pedro Kinkela. Ele era natural da actual Comuna de Kinsimba, Município do Tomboko, em Angola. Foi o Kinu que – não se sabe como – conseguiu um jornal Salongo que trazia os programas políticos dos três Movimentos de Libertação de Angola, FNLA, MPLA e UNITA, com as fotografias dos respectivos lideres na capa.

Fez muita propaganda a favor da UNITA e ele (Kinu) apelava as pessoas a apoiarem este movimento de base político ovimbundu. Mas ninguém conhecia a existência da UNITA na luta de Libertação de Angola. Alguns já tinham ouvido falar de Savimbi, mas como Secretário-geral da UPA e Ministro dos Negócios Estrangeiros do GRAE.

No exílio no Congo Democrático ou Zaire, a política não era assunto comum ou banal, contrariamente ao que acontece actualmente em Angola. Ninguém prestava atenção ao que se passava noutras partes do interior do pais onde operava a UNITA.

Duvidava-se mesmo dos anúncios sobre as operações militares do MPLA em Angola, que o carismático locutor e activista politico Manuel Lamvu, fazia nas ondas da Rádio da Revolução Congolesa em Brazzaville. Ninguém acreditava na existência real das zonas libertadas do MPLA, nomeadamente no Bengo, em Cabinda e Moxico, como pregoava o mbuta-muntu (mais velho) Lamvu.

Cabinda era frente militar do ELNA chefiadas sucessivamente pelos falecidos comandantes João Ngusu, natural da Damba (Angola) e Pedro Kombanlayi, natural do Kiowa, município do Tomboko (Angola). No Bengo existia a mais famosa base militar operacional do ELNA chamada Koba, dirigida pelo falecido Pedro Monteiro Londres.

Desconhecia-se o Moxico, de ponto de vista das operações militares.

As conversas centravam-se sobre o equilíbrio militar no terreno em Angola e a influência política de cada movimento de libertação, para tentar encontrar qual dos três dirigiria o pais depois da Independência.

Para muitos, a FNLA era o único movimento que lutava para libertar Angola do jugo colonial português. Os outros dois, MPLA e UNITA eram invenções. O MPLA era considerado como grupo dos Portugueses, seus descendentes mestiços e aliados Kimbundu e a UNITA era inexistente.

Antes das negociações de Alvor, corriam rumores segundo os quais o General António de Spínola queria dar uma Autonomia político-administrativa à Angola. Os refugiados Angolanos rejeitavam esta ideia, exigindo uma Independência Total para o país.

Muita expectativa gerou-se em volta de Angola independente, muitos dos angolanos, nomeadamente os refugiados diziam em língua Kikongo que “Ngola ikukulanga owiki ye mamvumina” (Angola que tem o mel e o leite). Muitos pensavam que com a Independência nacional surgiria o paraíso terrestre em Angola.

Com a euforia de regressar à terra mãe, os refugiados angolanos começaram a vender os seus bens móveis, imóveis, corporais e incorporais. Venderam as lavras, as casas, os carros, e tiraram os filhos das escolas. Não queriam mais saber de outra coisa, senão regressar já ah Angola. Que ingenuidade!

Os refugiados começaram a chantagear e vingar-se dos zairenses que lhes humilhavam, chamando-os de “ba refugiés kuizaka na makumba na inua” (os refugiados que chegaram com as bocas fechadas a cadeados). No ex-Zaire, quando morria um refugiado angolano, os zairenses insurgiam-se dos choros dizendo em língua Kikongo “mbenze kutu vo muntu ofuidi, kinga ko refugie kuandi” (Pensei que faleceu uma pessoa, afinal eh um refugiado).

Os zairenses consideravam o peixe tubarão como “Ngombe ya basolongo” (A carne de vaca dos bassolongo). Musolongo (singular) e Basolongo – lê-se bassolongo – era o nome pejorativo pelo qual eles (zairenses) chamavam os refugiados Angolanos da etnia Kikongo, os outros eram tidos como sendo Bailundu.

Ninguém imaginava que Angola se transformaria num inferno e que todos os diabos incluindo Lúcifer se transfeririam para este país. É aqui onde a morte, a miséria, a divisão, o empobrecimento e a humilhação lhes esperavam.

Desde o dia 11 de Novembro de 1975, o poder (político e económico) escapou do Angolano genuíno, indígena e autóctone. Angola passou a ser uma propriedade privada dos alógenos (estrangeiros) e pessoas de origens desconhecidas e duvidosas.

Era ingenuidade pensar que Angola independente se transformaria em Paraíso terrestre. A maioria dos cerca de 600 mil (seiscentos mil) refugiados angolanos que existiam na altura no ex-Zaire – chifra do HCR (Alto Comissariado da ONU para os Refuggiados) – pertenciam ah etnia Kikongo.

Os bakongo constituem a base política da FNLA e são estes antigos refugiados regressados do ex-Zaire os primeiros a serem desiludidos e frustrados. Ao regressarem à Angola de que tanto choravam foram adjectivados pelo MPLA de serem canibais, comedores de carne humana, de zairenses, de retornados ou simplesmente retros, estrangeiros que não falavam a língua Portuguesa, acusados de serem veículos da expansão da autenticidade de Mobutu e da negritude de Senghor, etc.

Fala-se de um médico angolano militante do MPLA que retirava vísceras humanas dos Hospitais e as colocava nas geleiras que se encontravam nas residências abandonadas pelos dirigentes da FNLA expulsos de Luanda pela forca cologada FAPLA-russo-cubana.

As geleiras contendo corações e tripas de pessoas, nomeadamente de crianças eram filmadas pela Televisão angolana que as apresentava em seguida no telejornal como sobra das refeições dos dirigentes da FNLA antropófagos (comedores de pessoas).

E como a FNLA é considerada como o Movimento ou Partido politico dos Bakongo, toda a pessoa da etnia Kikongo era adjectivada de canibal.

Este discurso que foi público e oficial por parte do MPLA, nunca foi desmentido. Mesmo os membros do MPLA da etnia Kikongo chamavam os seus irmãos bakongo de canibais, zairenses e estrangeiros que não fala(va)m o Português. Diplomas e Licenciaturas pertencentes aos quadros bakongo regressados do ex-Zaire eram rasgados e queimados por levarem os símbolos do MPR de Mobutu.

Durante as negociações de Alvor com Portugal, dois Movimentos de Libertação de Angola complotavam contra o outro, com o objectivo de excluir o outro das negociações. Os líderes dos dois consideravam os do outro como sendo matumbos, analfabetos que falavam mal o Português. Por milagre, os Acordos de Alvor foram assinados pelas quatro partes, nomeadamente FNLA, MPLA, UNITA e Portugal. Em vez de trazer felicidade, a independência de Angola enlutou, entristeceu e empobreceu o Angolano genuíno.

Logo ao regresso ah Angola, a primeira decepção veio da violação dos Acordos de Alvor pelo MPLA que usurpando o poder, expulsou os dois outros Movimentos que lutaram para libertar este país do jugo colonial português, a FNLA e a UNITA. Apelidou os membros da FNLA que zairenses que comem pessoas e os da UNITA de Bailundos, angolanos de segunda classe.

O MPLA violou os acordos de Alvor e os invasores russo-cubanos em seu apoio deram o golpe de misericórdia na guerra pela usurpação de poder. Por conseguinte, a 11 de Novembro de 1975, a independência de Angola foi proclamada simultaneamente por Agostinho Neto do MPLA em Luanda, Jonas Malheiro Savimbi da UNITA no Huambo e Holden Roberto da FNLA no Uige.

“Embizi avo ivilua emfua, yakuna ebakilu” (Tudo que começa mal, termina mal) – diz uma sabedoria Kikongo.

Esta violação dos Acordos de Alvor e usurpação de poder pelo MPLA provocaram guerras civis sangrentas que ceifaram milhares de vidas humanas e destruíram totalmente o país. As referidas guerras civis só terminaram com o assassinato do líder-fundador da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, a 22 de Abril de 2002 em Moxico, tendo o país conquistado a paz militar.

Contrariamente ao que estava previsto pelos Acordos de Alvor, Portugal não entregou a Independência a ninguém, o seu ultimo Alto Comissario em Angola, General Silva Cardoso, tendo pura e simplesmente abandonado o território angolano regressando a sua terra.

Durante a guerra contra o colonialismo português assim como durante as guerras civis, os três ditos Movimentos de Libertação nacional dizimaram os seus quadros políticos, militares, politico-militares, intelectuais de primeira linha e tantos outros inocentes.

A maioria dos melhores quadros de Angola, os pesos-pesados, famosos e elites das etnias angolanas, foram assassinados pelas formações políticas que eles defendiam e promoviam. Quadros cinco estrelas de primeira geração foram abatidos como cães.

Por simples intriga ou suspeita muitos destes quadros foram executados impiedosamente, sem julgamento. Seria fastidioso estabelecer-se uma lista das vítimas dos holocaustos angolanos. A partir de 11 de Novembro de 1975, o MPLA dividiu profundamente os Angolanos, exterminando os que comungam convicções e ideologias diferentes.

O MPLA substituiu a identidade nacional pela filiação ideológica e a paternidade biológica pela partidária. Um companheiro do mesmo partido político vale mais que um irmão biológico de pai e mãe. Eis alguns exemplos de horrores registados em Angola. O jovem Kinu Eduardo, acima referido morreu na sequência de rebentamento de uma mina anti-pessoal  quando regressava de uma caca a Angola, na área da aldeia de Kinga dia Tava, no Município do Noki.

Um jovem estudante em Matemáticas e Físicas de nome João Makonda, natural da aldeia de Kulungu, foi assassinado na fronteira angolana de Kinguvu e Lukala, no Município do Noki, quando por via de corta-mato entrou em Angola onde se encontravam os seus pais para lhes a noticia de fim de estudos.

O jovem diplomado – que era muito entusiasta com a Independência de Angola – foi assassinado a tiro pelos elementos da ODP (Organização de Defesa Popular) do MPLA do Noki, juntamente com três outras pessoas, nomeadamente Garcia Kuka, Hipólito e uma criança filho deste ultimo (Hipólito), todas naturais da aldeia de Santa, Município do Tomboco. A noticia da sua morte so foi conhecida anos depois, na procedência pensando que os homens chegaram bem ao destino e aqui pensando que estes encontravam-se no ex-Zaire. Os caçadores de armadilhas que presenciaram escondidamente o seu  fuzilamento guardaram o segredo e um destes já faleceu. Como os viajantes nunca chegaram ao destino, nem regressaram a procedência, surgiram rumores do seu assassinato.

Por outro lado, a “Independência Nacional” empobreceu o Angolano que perdeu as três refeições diárias, a luz, a água, a saúde, a educação e o emprego. É motivo suficiente para questionar se o 11 de Novembro é data da Independência ou de Luto Nacional? Há quem defende que em caso de recomeço, ninguém aceitaria mais a ideia da Independência para Angola. E velhos questionam: “quando eh que a Independência terminara?”.

História

O actual território de Angola, que pesquisas recentes de investigadores franceses comprovam ter sido habitado desde o Paleolítico Inferior, foi alvo ao longo da sua história de muita movimentação populacional, com sucessivas levas de povos bantos a empurrar para Sul os primitivos autóctones de origem não bantu, os khoi-san, hoje reduzidos a uma população de menos de dez mil pessoas. Essas migrações mantiveram-se mais ou menos regulares até pelo menos os fins do século XIX.

A chegada dos primeiros europeus data de fins do século XV, em 1482, quando o navegador português Diogo Cão aportou a foz do rio Congo ou Zaire. O padrão que ergueu então numa das suas margens em nome do rei D. João II atesta assim o primeiro reconhecimento exterior do reino do Congo. Na sua capital, a ainda hoje existente cidade de Mbanza Congo, no Norte de Angola, o rei recebeu os estrangeiros como amigos e deixou-se converter ao cristianismo, tomando o nome de Afonso I.

Em 1700, segundo os cálculos do historiador Ravenstein, os portugueses dominavam em Angola uma área de 65 mil quilómetros quadrados, a partir do litoral de Luanda e Benguela até 200 quilómetros para o respectivo interior, praticamente com o objectivo único de manter abertas as rotas dos escravos a partir do planalto. Por essa altura, de facto, já os escravos negros eram a principal mercadoria a dominar todo o comércio, sendo “exportados” para Portugal, Brasil, Antilhas e América Central.

Durante os séculos XVIII e XIX, a situação não se altera na essência de maneira significativa, aumentando apenas a área de captura dos escravos, que se estende para o planalto central, e o número dos que eram enviados para fora de Angola.

Em fins do século XVIII, sob o impulso do Marquês de Pombal, o todo-poderoso ministro do Rei de Portugal, uma tímida tentativa foi feita para a exploração de algumas das riquezas do país. Essa tentativa fracassou por falta de apoio local e da própria metrópole mais interessada no desenvolvimento do Brasil com base nos escravos angolanos. Angola teve assim de continuar a manter o seu título de “mina da escravaria” e o seu papel de fornecedora de escravos para as plantações brasileiras.

Como está amplamente demonstrado na correspondência da época entre o rei de Portugal e o rei do Congo, esse primeiro contacto realizou-se entre soberanos iguais em direitos, mostrando-se a sociedade congolesa aberta ao convívio com os recém-chegados e ao funcionamento de uma verdadeira aliança entre Estados organizados.

Só ao longo do século XVI, e depois de contínuos e complicados jogos de sedução, intrigas e traições, se começariam a acentuar os laços de dependência do reino do Congo em relação a Coroa portuguesa.

Do reino do Congo dependiam outros reinos menores mais a Sul, como o da Matamba e o do Ndongo, de cujos soberanos, os Ngola, provirá mais tarde o nome de Angola. A resistência desses três reinos a penetração colonial será praticamente esmagada na segunda metade do século XVII, no curto espaço de 20 anos: Congo (1665), Ndongo (1671) e Matamba (1681).

Contraditoriamente, ao mesmo tempo em que se multiplicam as revoltas contra o comércio de escravos por parte de alguns sobados independentes e dos estados africanos do planalto (que só serão relativamente pacificados mais de um século depois), uma elite económica de origem africana vai-se firmando com base nesse mesmo comércio.

O século XIX foi o das grandes explorações do continente africano e da partilha colonial. As explorações de Serpa Pinto, de Capelo e de Ivens permitiram precisar a cartografia de Angola. A Conferência de Berlim, em 1885, estabeleceu o direito público colonial e tratados entre Portugal, a França, o Estado Livre do Congo (Belga), a Grã-Bretanha e a Alemanha definiram as fronteiras actuais de Angola.

Para a população angolana, a abolição do tráfico da escravatura em 1836 e o fim oficial da condição de escravo em 1878 não alteraram o fundo da questão, continuando a exploração das grandes massas trabalhadoras angolanas por parte do poder colonial a ser feita sob a forma do chamado contrato. Essa situação vai agravar-se com a política colonial do regime de Salazar a partir dos anos 30 do século XX.

Muitas das grandes famílias africanas que se haviam constituído um século antes começam então a perder progressivamente o seu relativo poderio económico, e é significativo que alguns dos seus descendentes tenham sido dos primeiros a envolver-se na fase moderna das lutas de libertação, a partir dos anos 60, ocupando hoje lugares chave no sistema político e económico que se seguiu à proclamação da Independência em 11 de Novembro de 1975.

A situação na actualidade

Angola conseguiu até aqui o que parece ser essencial, ou seja, conseguiu preservar a independência, manter a integridade territorial, lançar as bases de um Estado Democrático de Direito e conquistar a paz, garantindo a unidade e a consciência do seu povo em torno de um projecto nacional, apesar de todas as agressões e de todas as acções de desestabilização que sofreu durante quase 30 anos de guerra.

Para tal o país teve de resistir logo em 1975 a invasão simultânea de dois exércitos, o zairense a Norte e o sul-africano a Sul, à ocupação de parte do seu território pelo exército de Pretória no início dos anos 80 e a desestabilização de longa duração conduzida por um partido armado, a UNITA de Jonas Savimbi, directamente apoiado pelo regime racista da Africa do Sul e, até pelo menos o inicio dos anos 90, por sucessivas administrações norte-americanas.

Enquanto isso as autoridades angolanas foram prestando um apoio constante aos combatentes da Namíbia que lutavam pela sua própria independência, conseguida apenas em 1988, e aos militantes sul-africanos que combatiam o apartheid e pugnavam pela integração racial e a democratização do regime.

Posteriormente impediram, com a intervenção do seu exército, o colapso da República Democrática do Congo, vítima de agressões armadas de dois países vizinhos, e contiveram um maior alastramento do chamado Conflito dos Grandes Lagos, continuando hoje a desempenhar um decisivo papel estabilizador em toda a região central e austral de Africa.

Neste momento, com o advento da paz, com a estabilidade e reconstrução nacional, Angola entrou finalmente numa fase que o seu presidente já teve oportunidade de caracterizar como a da “conquista da paz, consolidação da economia nacional e devolução da dignidade e da esperança a todos os angolanos”.

Independência de Angola

Em 10 de Novembro de 1975, o Alto Comissário e Governador-Geral de Angola, almirante Leonel Cardoso, em nome do Governo Português, proclamou a independência de Angola, transferindo a soberania de Portugal,  não para um determinado movimento político, mas para o “Povo Angolano“, de forma efectiva a partir de 11 de Novembro de 1975.

Assim, no dia 11 de Novembro de 1975, cada um dos três movimentos de libertação proclamava a independência de Angola: Holden Roberto, da FNLA, proclamou a independência no Ambriz, Jonas Savimbi, da UNITA, proclamou a independência no Huambo e Agostinho Neto, presidente do MPLA proclamou em Luanda a independência de Angola, que passa a designar-se por República Popular de Angola, que só viria a ser reconhecida por Portugal em Fevereiro de 1976, sendo o Brasil o primeiro país a reconhecer o governo do MPLA.

Esta cerimónia teve lugar às 23 horas, 1 hora antes de terminar a data agendada para a independência, pois  a situação que se vivia era de grande incerteza. Para uma melhor compreensão do momento, o melhor é transcrever os comentários do coronel de cavalaria, Mendonça Júnior:

O fim da luta armada em Angola ficou consagrado no acordo celebrado em Alvor (Algarve) no final de Janeiro de 1975, Acordo pelo qual se estabeleceu um governo de transição tripartido – Portugal e os três movimentos de libertação angolanos – a quem foi incumbida a tarefa de gerir o país até à data da independência marcada para 11 de Novembro desse mesmo ano.

Durou pouco esse governo. A rivalidade entre as três formações angolanas, a ambição pelo mando absoluto e também a passividade da parte portuguesa conduziram rapidamente à sua falência total. Surgiram e multiplicaram-se, um pouco por todo o lado, casos de violência envolvendo as três partes angolanas, de tal modo que, no final de Agosto desse ano, o MPLA já era senhor absoluto da capital, de onde havia expulsado os representantes da UNITA e da FNLA.

A opinião generalizada que então se formou, nessa altura, tanto em Angola como fora, era de que, assim tendo procedido, o MPLA estava a preparar-se para, em 11 de Novembro, proclamar unilateralmente a independência, na expectativa de que a passividade da opinião pública, tanto interna como a externa, ajudasse a consagrar a ilegalidade.

Esqueceu-se, porém, Agostinho Neto, o então líder do MPLA, que com a descoberta do petróleo, acontecida anos antes, Angola passara a estar sob vigilância cerrada dos que, então como agora, controlam a produção e o comércio do crude à escala mundial. O resultado dessa falha de memória foi que, pouco tempo depois, Angola era, sem mais aquelas, invadida por uma força militar sul-africana procedente da Namíbia. A qual, depois de tomar, sucessivamente, as cidades do Lubango, Benguela e Lobito, avançou em direcção a Luanda. Onde, no entanto, não chegou a entrar, já que ao atingir as margens do rio Quanza (a cerca de 200 quilómetros da capital) foi mandada parar.

Por ordem de quem e porquê? Ocorre naturalmente perguntar?

Segundo fontes diplomáticas sul africanas desse tempo, Washington, que havia sugerido a invasão, fora quem formulara essa espécie de contra-ordem, acompanhada de um novo pedido: que os sul africanos transferissem parte do material bélico que transportavam para um outro grupo armado, que, constituído por guerrilheiros da FNLA, soldados zairenses disponibilizados por Mobutu e alguns voluntários portugueses, e sob o comando do Coronel Santos e Castro, se encontravam, nessa altura, a assediar Luanda pelo Norte, com o objectivo de a tomar, antes da data da proclamação da independência.

Uma vez na posse do material cedido pelos sul-africanos , que incluía três peças G5 – fabricadas na RSA e capazes de atingir objectivos localizados de até 50 Km – (chamados n’gola kiluando) Santos e Castro começou a preparar o ataque e a tomada de Luanda concebido nos seguintes termos: bombardear primeiro, utilizando as peças cedidas, com vista a estabelecer o pânico entre os defensores e a população da capital e, a seguir, realizar o assalto por terra. Plano que, uma vez concebido, foi divulgado via Kinshasa, com vista naturalmente a desmoralizar ainda mais o inimigo.

Sendo assim, no dia 6 de Novembro, depois de ter tomado a vila de Caxito, estabeleceu-se ele com os seus homens no Morro da Cal – uma pequena elevação de terreno situada a cerca de 30 Km de Luanda e dali fez três disparos dos G5 contra a capital. Dos quais um atingiu a pista do aeroporto, outro caiu na baía e o terceiro atingiu a refinaria de petróleo do Alto da Mulemba, provocando um incêndio, que acabou por ser dominado.

A estratégia resultou em pleno: o pânico previsto estabeleceu-se e generalizou-se, e, naturalmente começaram a circular boatos dos mais diversos, um dos quais concebido em termos de suscitar histeria colectiva e pavor. Eles os “fenelas” – assim o vulgo luandense chamava aos homens de Holden Roberto – vão entrar e vão degolar todos: pretos, brancos e mulatos.

Entretanto, as horas e os dias foram passando nessa terrível expectativa que se ia acentuando à medida que, um pouco por todo o lado na cidade, se ia escutando sons de disparos, resultantes do confronto que se ia verificando amiúde entre grupos de soldados que Santos e Castro ia mandando avançar em missões de sondagem do terreno e os militares que o MPLA tinha colocado fora do perímetro urbano da capital com missões de entreter o inimigo para deste modo possibilitar o envio de reforços.

Chegou-se finalmente a 11 de Novembro, dia marcado para a proclamação da independência, sem que no entanto se houvesse realizado o prometido assalto à capital. Mesmo assim, o pânico generalizado imperava e manteve-se sempre desde o nascer ao pôr do Sol desse dia histórico, durante o qual o único facto de registo sucedeu cerca das 16 horas, quando o alto-comissário representante da soberania portuguesa, um militar de alta patente português, General Silva Cardoso, mandou arrear a Bandeira das Quinas que encimava o velho palácio da cidade alta, dobrou-a e, com ela debaixo de um dos braços, tomou o caminho da Ilha de Luanda, onde o aguardava um navio de guerra, para o trazer de regresso definitivo a Portugal.

Deste modo inesperado e ademais ridículo e triste se concretizou o episódio final de quase cinco séculos de Histórial!!!

Entretanto, e porque a crença generalizada era de que os homens de Santos e Castro ainda poderiam atingir Luanda, a cerimónia oficial da proclamação da independência, marcada inicialmente para as 17 horas desse dia, foi sendo sucessivamente protelada e acabou por ter lugar só em plena noite e de uma forma algo improvisada.
Assim e apesar de todas as promessas e ameaças, os homens do coronel falharam: nem entraram na cidade nesse dia nem posteriormente realizaram qualquer tentativa nesse sentido, preferindo antes deixar os arredores da capital e empreender uma retirada em direcção à fronteira com o Zaire.

Porque esse falhanço, porque tudo isso? Importa perguntar?

A resposta ouvimos-la já aqui em Lisboa. Primeiro da boca do Coronel Santos e Castro, poucos meses antes da sua morte; e logo a seguir, por intermédio de alguns portugueses e angolanos, que foram seus companheiros nessa aventura. E tivemos-la confirmada, mais tarde, pelas mesmas fontes diplomáticas sul-africanas atrás referidas. Ei-la, pois, reproduzida de forma sintética mas clara.

                                                        Canhão G-5 (foto Net)

Na madrugada do dia 9 de Novembro e cumprindo o plano que estabelecera, o Coronel Santos e Castro dirigiu-se à tenda onde se albergava Holden Roberto, o Presidente da FLNA, para lhe comunicar que ia imediatamente pôr a funcionar os G5 e iniciar o bombardeamento da capital. E foi então informado que estava impossibilitado de o fazer, já que, um pouco antes, os artilheiros sul-africanos haviam desmantelado as culatras dos G5, tornando-os inoperacionais, embarcando a seguir num helicóptero que os transportou para bordo de um navio do seu país que os aguardava ao largo do porto de Ambriz. E isso no cumprimento de uma exigência imposta de Washington a Pretória.

Dito isto, só resta a lógica conclusão final. Não foram pois os homens do MPLA que impossibilitaram a tomada de Luanda pelas forças comandadas pelo Coronel Santos e Castro.

Nada disso. A responsabilidade do insucesso cabe a outro. E quem é ele? Resposta é inequívoca. Esse mesmo que, desde sempre, se notabilizou por promover guerras e fazer delas um negócio altamente lucrativo para si próprio: Os Estados Unidos da América.

GUERRA CIVIL

Na sequência do derrube da ditadura em Portugal (25 de abril de 1974), abriram-se perspectivas imediatas para a independência de Angola. O novo governo revolucionário português abriu negociações com os três principais movimentos de libertação (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), o período de transição e o processo de implantação de um regime democrático em Angola (Acordos de Alvor, Janeiro de 1975).

A independência de Angola não foi o início da paz, mas o início de uma nova guerra aberta. Muito antes do Dia da Independência, a 11 de Novembro de 1975, já os três três grupos nacionalistas que tinham combatido o colonialismo português lutavam entre si pelo controlo do país, e em particular da capital, Luanda. Cada um deles era na altura apoiado por potências estrangeiras, dando ao conflito uma dimensão internacional.

A União Soviética e principalmente Cuba apoiavam o MPLA, que controlava a cidade de Luanda e algumas outras regiões da costa, nomeadamente o Lobito e Benguela. Os cubanos não tardaram a desembarcar em Angola (5 de outubro de 1975). A África do Sul apoiava a UNITA e invadiu Angola (9 de Agosto de 1975). O Zaire, que apoiava a FNLA, invadiu também este país, em Julho de 1975. A FNLA contava também com o apoio da China, mercenários portugueses e ingleses mas também com o apoio da África do Sul.

Os EUA, que apoiaram inicialmente apenas a FNLA, não tardaram a ajudar também a UNITA. Neste caso, o apoio manteve-se até 1993. A sua estratégia foi durante muito tempo dividir Angola. Em Outubro de 1975, o transporte aéreo de quantidades enormes de armas e soldados cubanos, organizado pelos soviéticos, mudou a situação, favorecendo o MPLA. As tropas sul-africanas e zairenses retiraram-se e o MPLA conseguiu formar um governo socialista unipartidário.

O Brasil rapidamente estabeleceu relações diplomáticas com a nova República que se instalara. Fez isso antes mesmo de qualquer país do bloco comunista. Nenhum país ocidental ou mesmo africano seguiu o seu exemplo. A decisão de reconhecer como legítimo o governo de Agostinho Neto foi tomada pelo então presidente Ernesto Geisel ainda em 6 de novembro, antes da data oficial de Independência de Angola.

Já em 1976, as Nações Unidas reconheciam o governo do MPLA como o legítimo representante de Angola, o que não foi seguido nem pelos EUA, nem pela África do Sul. No meio do caos que Angola se havia tornado, cerca de 300 mil portugueses abandonaram este país entre 1974 e 1976, o que agravou de forma dramática a situação económica.

Em Maio de 1977, um grupo do MPLA encabeçado por Nito Alves, desencadeou um golpe de Estado, que foi afogado num banho de sangue. No final deste ano, o MPLA realizou o seu 1º Congresso, onde se proclamou como sendo um partido marxista-leninista, adoptando o nome de MPLA-Partido do Trabalho.

A guerra continuava a alastrar por todo o território. A UNITA e a FNLA juntaram-se então contra o MPLA. A UNITA começou por ser expulsa do seu quartel-general no Huambo, sendo as suas forças dispersas e impelidas para o mato. Mais tarde, porém, o partido reagrupou-se, iniciando uma guerra longa e devastadora contra o governo do MPLA. A UNITA apresentava-se como sendo anti-marxista e pró-ocidental, mas tinha também raízes regionais, principalmente na população Ovimbundu do sul e centro de Angola. Agostinho Neto morreu em Moscovo a 10 de setembro de 1979, sucedendo-lhe no cargo o ministro da Planificação, o engenheiro José Eduardo dos Santos.

No início da década de 1980, o número de mortos e refugiados não parou de aumentar. As infra-estruturas do país eram consecutivamente destruídas. Os ataques da África do Sul não páravam. Em agosto de 1981, lançaram a operação “Smokeshell” utilizando 15.000 soldados, blindados e aviões, avançando mais de 200 km na província do Cunene (sul de Angola). O governo da África do Sul justificou a sua acção afirmando que na região estavam instaladas bases dos guerrilheiros da SWAPO, o movimento de libertação da Namíbia. Na realidade tratava-se de uma acção de apoio à UNITA, tendo em vista a criação de uma “zona libertada” sob a sua administração. Estes conflitos só terminaram em Dezembro de 1988, quando em Nova Iorque foi assinado um acordo tripartido (Angola, África do Sul e Cuba) que estabelecia a Independência da Namíbia e a retirada dos cubanos de Angola.

A partir de 1989, com a queda do bloco da ex-União Soviética, sucederam-se em Angola os acordos de paz entre a Unita e o MPLA, seguidos do recomeço das hostilidades. Em Junho de 1989, em Gbadolite (Zaire), a UNITA e o MPLA estabeleceram uma nova trégua. A paz apenas durou dois meses.

Em fins de abril de 1990, o governo de Angola anunciou o reinício das conversações directas com a UNITA, com vista ao estabelecimento do cessar-fogo. No mês seguinte, a UNITA reconhecia oficialmente José Eduardo dos Santos como o Chefe de Estado angolano. O desmoronar da União Soviética acelerou o processo de democratização. No final do ano, o MPLA anunciava a introdução de reformas democráticas no país. A 11 de Maio de 1991, o governo publicou uma lei que autorizava a criação de novos partidos, pondo fim ao monopartidarismo. A 22 de Maio os últimos cubanos sairam de Angola.

Em 31 de maio de 1991, com a mediação de Portugal, EUA, União Soviética e da ONU, celebraram-se os acordos de Bicesse (Estoril), terminando com a guerra civil desde 1975, e marcando as eleições para o ano seguinte.

As eleições de setembro de 1992, deram a vitória ao MPLA (cerca de 50% dos votos). A UNITA (cerca de 40% dos votos) não reconheceu os resultados eleitorais. Quase de imediato sucedeu-se um banho de sangue, reiniciando-se o conflito armado, primeiro em Luanda, maas alastrando-se rapidamente ao restante território.

A UNITA restabeleceu primeiramente a sua capital no Planalto Central com sede no Huambo (antiga Nova Lisboa), no leste e norte diamantífero. Em 1993, o Conselho de Segurança das Nações Unidas embargou as transferências de armas e petróleo para a UNITA. Tanto o governo como a UNITA acordaram em parar as novas aquisições de armas, mas tudo não passou de palavras.

Em novembro de 1994, celebrou-se o Protocolo de Lusaka, na Zâmbia entre a UNITA e o Governo de Angola (MPLA). A paz parecia mais do que nunca estar perto de ser alcançada. A UNITA usou o acordo de paz de Lusaka para impedir mais perdas territoriais e para fortalecer as suas forças militares. Em 1996 e 1997 adquiriu grandes quantidades de armamentos e combustível, enquanto ia cumprindo, sem pressa, vários dos compromissos que assumira através do Protocolo de Lusaka.

Entretanto o Ocidente passara a apoiar o governo do MPLA, o que marcou o declínio militar e político da UNITA, com este movimento a ter cada vez mais dificuldades em financiar as suas compras militares, perante o avanço no terreno das FAA, e dado o embargo internacional e diplomático a que se viu votada.

Em dezembro de 1998, Angola retornou ao estado de guerra aberta, que só parou em 2002, com a morte de Jonas Savimbi (líder da Unita).

Com a morte do líder histórico da UNITA, este movimento iniciou negociações com o Governo de Angola com vista à deposiçãio das armas, deixando de ser um movimento armado, e assumindo-se como mera força politica.

Fonte: Angolense

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