Por Albano Pedro
Quem lê a trilogia AS ORIGENS DO REINO DO KONGO, não percebe apenas a narracção detalhada e multifacética de um dos maiores impérios (é preferivel a reino) a sul do Sahara como é conhecido o Reino do Kongo.
Percebe uma longa odisseia dos antigos povos que habitaram as sociedades pré-coloniais cujo início, longe de levar a Região dos Grandes Lagos (como reza a história dos manuais escolares), leva, incrivelmente ao Deserto do Kalahari (Namibia) num tempo histórico de milhares de anos. Nesses esforço intelectual, Patrício Batsîkama segue a metodologia de grandes nomes da História africana, como Elikia M’Bokolo e traça a linha de evolução de todos os povos de Angola desde os momentos mais recuados da sua existência.
Para chegar num ponto tão profundo do tempo histórico pré-colonial, Patrício Batsîkama alia os registos científicos as fontes orais bem presentes na cultura dos povos de Angola e revela uma realidade que nem mesmos os primeiros portugueses foram capazes de captar através dos seus registos.
Se com os historiadores convencionais nos habituamos a perceber os reinos de Angola a partir da chegada dos portugueses, com Patricio Batsîkama, a História de Angola revela-se mais profunda e com uma existência milenar que situa as civilizações antigas de Angola num periodo equiparado ao apogeu do Egipto antigo ou milhares de anos antes, trazendo consigo civilizações desconhecidas e incríveis estágios de desenvolvimento político, económico, cultural e social.
Não se lêm historiadores tão ousados em estabelecer a origem do povo angolano, como este jovem historiador e filósofo.
Graças aos seu escritos, os juristas e os filósofos e historiadores do Direito já podem começar a construir, com alguma segurança, a identidade jurídica das sociedades pré-coloniais milénios antes da colonização portuguesa. Não merecia estar entre os galardoados do Prémio Nacional de Cultura e Artes?
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