Paulo Mwanga, um auténtico cantor
Adolescente ainda, quando este cantor de origem angolana instala-se em Kinshasa ao lado de músicos locais, onde trabalha e aperfeçoa a sua técnica vocal, antes de formar em 1944, uma pequena formação musical com uma cor e um espírito novador: O grupo “PASTORIA KIN”.
Paulo Mwanga destacou-se como um artista capaz de reactualizar a “Maringa” tradicional, adaptando-a às novas sonoridades, acentuando a popularidade juntos dos melómanos. Ele beneficia a experiência do Paul Kamba e da sua Victoria Brazza, fundada em Brazzaville, em Agosto de 1941, considerado como melhor agrupamento musical dos anos 40, sobre as ambas beiras do rio Kongo. Paulo Mwanga e Paul Kamba vâo desenvolver uma amizade, ao ponto de tocar regularmente juntos, como Paul Kamba o tinha feito com o seu “irmâo menor” Wendo, que sobre o modelo de “Victoria Brazza”, fundou em Kinshasa, “Victória Kin” em 1941.
Assim se explica igualmente a implicaçâo manisfesta do Paulo Mwanga, na produçâo de uma obra discográfica notável nas edições Opika do editor Banatar e Ngoma do editor grego Nico Jeronimidis, nos anos 50. Paulo Muanga é considerado como um dos precusores da canção popular urbana nesta época.
O duo memorável Jhimmy e Mwanga
Em 1950, para ter o melhor compromisso e o melhor lugar nas edições Opika, Paulo Mwanga e Jhimmy, uniram os seus talentos em torno de um sólido duo que leva o apelido de “JHIMMY na MWANGA”, o qual conquistou o vedetariado e conseguiu impôr a sua personalidade.
Jhimmy constituirá particularmente o grande evento no mesmo ano, porque a guitarra “Hawaien” é um virtuoso. Músico elegante, fino e espiritual, ele introduz o “fox-trot” na dança congolesa, que naquele momento só conheciam, a rumba, a biguine, o high live e a polka piké.
Os discos do Jhimmy e do Mwanga cujo o sucesso atingiu o nível continental, exerceram uma influência considerável junto da camada juvenil de músicos. Recorda-se com nostalgia, os admiráveis e os verdadeiros best-sellers da canção entre outras « Ondruwe » (maboko likolo), « Henriette », « Putulu », « Viva Benatar », etc. Mwanga vai fornecer a sua vôz em solo, enquanto que a viola “Hawaiene” de Jhimmy concedia uma concepçâo harmoniosa muito original e avançada na época.
Na música congolesa, a Era Jhimmy, que designa particularmente os anos 1950 e 1953, foi também marcado pelo reforço no grupo em 1951, por talentuosos rítmicos como Charles Mwamba, “Dechaud” e Emmanuel Tshilumba , Baloji “Tino Baroza”, (formou ambos ), Albert Kabondo, Albert Taumani, Gobi e Lucie Eyenga.
Em 1953 depois de uma seperação conflictual com Paulo Mwanga, devido da percepçâo dos direitos do autor da canção “ondruwe” por parte do Jhymmy, que era da autoria do Mwanga, o guitarrista hawaiano mete fim a sua carreira musical em 1954, em Leopoldville e vai a Brazzaville onde vai exercer a profissâo de dactilógrafo no gabinete do advogado francês do Me Proucel. A margem da sua actividade profissional, ele anima com a cantora Marie Isodore Diaboua, o grupo Atomic Jazz, que vai revelar um novo Jhimmy de um género aberto à musica do mundo.
É no inicio dos anos 90 que o recém reformado Jhimmy , abandona Bazzaville para viver em Bangui, onde faleceu pouco tempo depois. É um dos músicos notáveis da historia da Rumba congolesa.
Quanto ao Paulo Mwanga reaparece às edições Ngoma em 1955, com o seu novo grupo Affeinta Jazz. Um bom grupo que vai perpetuar um certo espírito do rítmo Kongo bem talhado, com canções frescas, cheia de sol e de ternura. É desde muitas décadas que Paulo Mwanga cessou de cantar . Vivia tranquilamente a sua reforma na comuna de Ndjili, em Kinshasa, onde faleceu no último sábado, dia 16 de Julho, às 1h de madrugada, na clínica chinesa de Ndjili.
Paulo Mwanga foi natural de aldeia Mafweni, no município da Damba, província do Uíge
Via Star du Congo
Tradução de Muana Damba
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