Polícia Nacional mata a queima-roupa adolescente de 14 anos no Uíge

Por Alfredo Dikwiza e Jeremias Kaboco

Uíge, 30/04 (Wizi-Kongo) – Um adolescente aparentemente ter 14 anos de idade, foi morto com um tiro no peito a queima-roupa neste domingo (29), às 7hs, no município de Kimbele, 261 quilómetros a nordeste da cidade do Uíge, por um agente dos Serviços de Migração Estrangeiro (SME).

Tudo começou às 7hs, altura em que o mesmo agente dos (SME), cujo nome não foi revelado, corria um cidadão da República Democrática do Congo (em fuga), tendo o mesmo agente puxar na cintura uma pistola e iniciou a fazer disparos, que numa das munições acertou em cheio no peito do inocente, quando este saia com a água dentro de casa para banhar na casa de banho e, consecutivamente, ir a igreja.

O tiro foi certeiro, entrou do peito e safou na coluna vertebral, tendo causado a morte imediata do pequeno Adorado, como carinhosamente o chamavam pela família, amigos e não só, como disse ao Wizi-Kongo, um dos testemunhos na ocorrência, José Pedro. “Depois do adolescente ter caído para nunca mais se levantar, os familiares e moradores do bairro, foram contra o mesmo policial, com instrumentos contundentes, como pedras, catanas, enxadas e muito mais, tendo na resposta a polícia Nacional aparecer em grande número e começou com novos disparos, como se em campo de batalha estivessem, legando motivos de dispersar os populares”, sustentou o entrevistado.

Em era de paz, disse, outro entrevistado, Afonso Domingos Madiango, sentiu-se o soar dos tiros, num total de 140, como em tempo de guerra estivesse, tudo isto contra civis, soaram disparos de armas do tipo AK M e pistolas e exibição de RPG 7 nas ruas, acção que aconteceu concretamente na sede do município de Quimbele, em plena manhã da luz do dia. “Neste momento, a vila de Quimbele encontra-se cercada sobre segurança máxima nas ruas, com um contingente da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), que, ontem foram accionado pelos seus colegas, para em conjunto virem intimidar os pacatos desarmados, no caso a população, os PIR vieram de um patrulheiro, num total de 15 a 20, munidos de armas e fitas de PKM entre o pescoço, entre outros meios de guerra”, desabafou.

Afonso Domingos Madiango disse não ser o primeiro caso que aconteceu na localidade este ano, tendo no mês de Março do ano em curso, um soba de 50 anos de idade ter sido morto também pela Polícia Nacional, na comuna do Icoca, depois de um forte espancamento que custou-lhe a fractura de uma das costelas, numa localidade que dista a 62 quilómetros da sede da vila de Quimbele. “Neste momento a situação é tida como calma, mas no período matinal a PN cercou certas área onde a população não tinha acesso para passar, um senário que continua causar pânico no seio dos indefesos”, lamentou, tendo afirmado que o mesmo comando comprometeu-se em apoiar as famílias do malogrado com alimentação e o caixão.

Cujo autor da acção já se encontra a contas com a justiça. Nesta segunda-feira, o Wizi-kongo contactou o referido comando para mais esclarecimento, tendo estes resguardarem-se a faze-lo nas próximas horas. Entretanto, considera-se que a PN no Uíge soma e segue na matança a tiro dos civis. Lembra-se que, no dia 17 de Março, um cidadão de 30 anos de idade, foi morto com um, dois e três tiros, isto mesmo, três tiros a queima roupa, que perfuraram-no na cabeça e no abdómen, uma acção feita por um agente da Polícia Nacional, de nome Mussulo, dentro da viatura de marca Toyota Land Cruz (fechado), pertecente ao comando municipal de Kangola, província do Uíge

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