População do Bengo/Kangola consome água própria

A falta de um novo sistema de captação, tratamento e abastecimento de água potável na comuna do Bengo, município de Cangola, no Uíge, está na origem do surgimento de inúmeros casos de diarreias agudas e de outras doenças infecciosas e endémicas, que afectam a população local.

O administrador da comuna do Bengo, Pascoal Cassumba, considera preocupante a falta de água potável na região e, explica que na época chuvosa a população consome o produto vital da pior qualidade. “Temos aqui um sistema antigo de captação e distribuição, que pode ainda ser recuperado para ajudar a minimizar o problema”, disse.

Segundo o responsável, existe um projecto da Administração Municipal de Cangola que visa a instalação de furos artesianos na sede comunal do Bengo e em algumas regedorias. “Até ao momento, esse projecto ainda não começou a ser concretizado”, lamenta.

Pascoal Cassumba reconhece, que o sector da Saúde “funciona muito mal”, pois apenas quatro enfermeiros, distribuídos em três unidades sanitárias (dois postos e um centro de saúde) prestam assistência médica e medicamentosa a mais de 12 mil habitantes. A malária, doenças diarreicas e respiratórias agudas são as patologias mais frequentes. “Aqui a carência é grande. Faltam médicos, enfermeiros e técnicos de diagnóstico.

O centro de saúde do Bengo funciona apenas com um técnico efectivo de enfermagem e um contratado. Juntos, atendem mais de 30 pacientes por dia, que saem das aldeias da comuna e de outras localidades do município de Calandula, província de Malanje”, acrescenta o administrador comunal.

O chefe do centro de saúde do Bengo, Domingos Dongala, disse que a instituição não dispõe de medicamentos desde Dezembro do ano passado. A situação está a criar sérios embaraços a população, que vê-se agora obrigada a percorrer distâncias em busca de fármacos.

Poucos professores

Com mais de cinco mil alunos matriculados, na comuna do Bengo trabalham apenas 63 professores. O administrador do Bengo, Pascoal Cassumba, considera insuficiente o número de docentes e avança que a necessidade é de pelo menos mais 100.

Dada a quantidade de crianças que estuda ao relento, o responsável aponta as localidades do Tango, Magaragem e Luco, como sendo aquelas que apresentam necessidades maiores em termos de construção de salas e enquadramento de professores.“

Os materiais didácticos e a merenda escolar são distribuídos de forma gratuita aos alunos do ensino primário. Mas precisamos ter aqui mais professores, para melhorar a qualidade de ensino e da aprendizagem na região”, atira.Quanto a energia eléctrica, a população vive às escuras. A comuna não dispõe sequer de um grupo gerador capaz de manter as ruas da vila e residências iluminadas.

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