Por Alfredo Dikwiza
Damba, 26/03 (Wizi-Kongo) – Os moradores do projecto das 200 casas sociais, no município da Damba, 197 quilómetros a norte da cidade do Uíge, vivem nos últimos dias com torneiras seca de água, obrigando com isso as famílias recorrerem longas distâncias aos rios, lagos, lagoas e cacimba em busca do indispensável líquido para o consumo e não só.
Tal projecto que por sinal é um fracasso, embora erguido em 14 municípios, dos 16 que compõem a província do Uíge, em todos estes municípios não atingiu o número de casas, como tal (200), estando em todos os municípios estagnados entre os 50 e 80 casas apenas concluídas, deixando por sua sorte as restantes não construídas.
Projecto este que na maioria dos municípios foi erguido numa distância de três a cinco quilómetros da sede das suas respectivas vilas, pecando na falta de escola, postos médicos, energia eléctrica, centros infantis, entre tantos outros serviços básicos e fundamentais para uma determinada comunidade.
Cada problema é um problema, mais, neste momento, o pior dos problemas para os moradores da Damba, os do projecto das 200 casas sociais, como é designado, prende-se com a falta de água, uma situação alarmante e inacreditável, uma vez que no referido projecto existe um sistema de captação e distribuição do referido líquido, este líquido dificilmente é distribuído as famílias, tal como foi a sua finalidade de investimento dos cofres do estado angolano.
Para o morador, Lubanzadio Lumfuankenda, entrevistado hoje, terça-feira, pelo Wizi-Kongo, no referido projecto, disse que quando são pensados a água é fornecida dia sim e dia não, com estes soluços, provoca as pessoas recorrer aos riachos, cacimbas, lagoas e lagos para ter água, já que o operador do sistema de captação e distribuição da água, faça-o quando bem lhe apetece ou quiser.
“Papa, Lufua, como carinhosamente é tratado, é o homem forte que maneja as máquinas para a distribuição da água, para os moradores do projecto ele não dá a água, como tal, mais para os moto-táxis de nambuangongos, que compram e revendem a água aos demais bairros periféricos da vila da Damba, ele faça-o com toda delicadeza, os abastece todos os dias com água”, atirou o entrevistado, Lubanzadio Lumfuankenda.
Para o espanto da comunidade no projecto, contínuo, além de abastecer a água aos negociantes de moto-táxi (motociclo de três rodas, vulgo, nambuangongo), o responsável que cuida do sistema de captação e distribuição da água, igualmente, atende todos os dias o carro de marca “Mutsubisi Canter” pertence ao partido MPLA, que sempre é abastecido com mais de 5000 litros por dias.
“O pior às vezes acontece em privar as famílias sem água num período de três dias seguidos, mais o carro do partido, os nambuangongos e outros utentes que não vivem naquela circunscrição dificilmente passam por um dia sem serem abastecidos com a água”, observou, Lubanzadio Lumfuankenda.
Como concluiu, se o lema do partido no poder com quem ganhou as eleições de 2017, é, “ melhorar o que esta bem e corrigir o que esta mal”, então, quem é de direito olhe por essa situação no sentido de colocar a água a jorrar nas torneiras sem dificuldades.
Wizi-Kongo recorda que a fererida centralidade com noventa (90) residências, foi inaugurada pelo então governador da província do Uíge, no princípio de Outubro de 2015. Além das moradias, a centralidade habitacional da Damba conta com arruamentos, instalado um sistema de abastecimento de água potável, geradores de corrente eléctrica e rede de esgotos para as águas pluviais. Paulo Pombolo tinha informado, no momento da inaugaração, que haviam ainda 110 residências em construção, na antiga pista de aviação na regedoria de Mabubu, que deveria terminar um ano de depois, quer dizer no passado ano 2016, até hoje, as construçôes caíram em ruína, sem explicação!
Paulo Pombolo ao entregar as chaves aos primeiros moradores, tinha afirmado que “as casas foram construídas, no quadro das acções de redução do défice habitacional na região, facilitar que os jovens casais tenham a sua casa própria e acomodar de forma condigna os funcionários públicos provenientes de outros pontos da província ou do país”, disse Paulo Pombolo, que informou que as casas são vendidas a quatro milhões de kwanzas cada, pagos durante um período de 25 anos, mediante o sistema de renda resolúvel. Este sistema de pagamento das moradias, referiu o governador, visa facilitar os beneficiários pois vão pagar um valor módico. “A prioridade é que 30 por cento das moradias sejam reservadas para os jovens funcionários que desejam constituir as suas famílias e viverem num lar feliz.”
Volvidos três anos desde a sua inuaguração, o problema de consumo da água potável, tornou-se uma das preocupações maiores na centralidade e precisa medidas urgentes por parte da administração municipal para inverter a situação a favor de moradores que pagam normalmente as suas rendas.
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