Por Antónia Gonçalo
A ideia inicial foi a criação de um Blog, onde pudesse esgrimir os hábitos e costumes dos africanos ainda no pretérito ano de 2011. Outras ideias foram surgindo e o referido projecto obedeceu a várias fases até que chegou à Produtora de Pesquisa, Produção e Promoção Cultural sobre África
Sandra Elisabeth Quiala é mentora do projecto que baptizou “Mwana Afrika”, cuja tradução literal para língua portuguesa significa “Filha de África”, assim como também passou a ser conhecida. Entretanto, o mote que a levou a criar o projecto tem a ver com a forma como os media, sobretudo ocidentais, noticiam assuntos ligados ao “continente berço”.
Em 2011 decidiu criar um Blog, cuja pespectiva era da criação de assuntos que pudessem levar a que se mudassem as abordagens sobre África. Posteriormente, enquanto residente em Lisboa (Portugal), este mesmo projecto foi às ruas daquela urbe europeia, passando a ser uma “Oficina Cultural” (The Mwana Afrika), que hoje é uma Instituição para Pesquisa, Produção e Promoção Cultural de conteúdos sobre o continente.
“Mwana Afrika nasceu da vontade de contribuir para o desenvolvimento intelectual, cultural, social e até económico do africano. A nossa missão é ‘redescobrir’ África, mostrar o outro lado de África, diferente das guerras, fome, pobreza, etc., em suma, aculturar os outros povos com a nossa africanidade.
“A nossa essência compreende iniciativas em diversas áreas, como comunicação, educação, produção cultural, pesquisa e produção de conteúdo”, explicou.
Resultados
Um dos resultados deste projecto, produção, promoção e emissão de conteúdos ligados ao continente africano por via da Televisão Pública de Angola (TPA), nos seus canais 2 e Internacional, foi concretizado, o produto “Mwana Afrika Ofinica Cultural” já está a ser emitido.
E mostra segundo referiu “as origens da verdadeira África: povos, etnias, danças, canções, trajes, línguas, tradições, crenças, ciência e muito mais”. Segundo ainda Sandra Quiala, os objectivos preconizados têm estado a surtir efeito, à medida que a pretensão é de contrariar o que a média convencional e os livros ocidentais explicam sobre África. “Então o nosso foco estará aí: têvês, livros, rádios e em todas as plataformas digitais”, argumentou.
Outros projectos
A mentora da iniciativa anunciou para breve a emissão dos respectivos conteúdos pela Rádio Televisão Portuguesa (RTP África) e em outros canais. Além disso, têm na manga o lançamento de várias edições de livros de ensino básico de línguas africanas. Mwana Afrika, enquanto instituição, congrega uma área voltada para o ensino.
“Daí que um dos grandes objectivos é nos tornarmos numa verdadeira ‘Aca
démia Panafricanista’ com ensino de línguas africanas, história e muita pesquisa. Temos de ser nós a contar a nossa história e para tal, é mister passar isso para a nova e futuras gerações”, rematou.
Perfil
Sandra Elisabeth Quiala considera-se apaixonada por África desde a sua essência. Conseguir que o mundo comece a conhecer “uma nova versão de África” e romper com o problema da “história única”, são, entre outros, objectivos que se propõe alcançar.
A jovem angolana é formada em jornalismo e economia e mestre em finanças. Doutoramento sobre “Estudos Africanos” é outra meta a que pretende chegar na academia. Enquanto jornalista desempenhou funções no Semanário Novo Jornal, no extinto site de notícias Rede Angola e também na RTP África.
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