Por Augusto Arismendes
Apontamentos para a história da Radiodifusão de Angola
A radiodifusão sonora em Angola foi iniciada por um amador devidamente autorizado em 28 de Fevereiro de 1931 – ÁLVARO NUNES DE CARVALHO, o CR6AA. Por isso este radioamador é considerado o pai da Radiodifusão de Angola.
Nova pausa de 4 anos e em 1958 abrem mais duas emissoras: Rádio Clube de Cabinda e Rádio Clube do Congo Português. O Rádio Clube do Congo Português, que pouco depois, e por alegada necessidade de identificação foi rebaptizado como Rádio Clube do Uíge, iniciou a actividade em 1958 com um emissor de 1 KW.
A 15ª estação radiofónica de Angola – Rádio Clube do Congo – iniciou os seus trabalhos em regime experimental no dia 20 de Janeiro de 1958. A emissora de Carmona, instalada provisoriamente no edifício do Clube Recreativo do Uíge, começou a funcionar com um emissor de 1 KW e com uma discoteca de 3.500 discos.
Nessa altura os Serviços de Produção do Rádio Clube do Congo eram chefiados por Augusto Pitta Grós Dias, que viera do Rádio Clube do Cuanza Sul.
Em 1960 assumiu as funções de Chefe dos Serviços de Produção o locutor Fernando de Sousa, que substituiu Augusto Pita Góis Dias.
Nessa altura integravam o quadro de locutores do R.C.C.P: Fernando Marques, Teixeira Júnior e Ferreira Arouca e ainda as locutoras Bety Morais e Gioconda Ferreira.
RÁDIO UÍGE, MINHA ESCOLA DE RÁDIO-JORNALISMO
A hoje Rádio Uíge, do grupo Rádio Nacional de Angola, que também chamou-se um dia Emissora Provincial do Uíge, tem um longo historial no poço da memória da Radiodifusão angolana, já que segundo reza a história, é a 15ª estação do país, isto batizada pelo regime colonialista Portugues.
Nesta pesquisa, e vasculhando o baú da informação, descobri coisas saudosissimas sobre esta casa de Rádio que por sinal também lá passei mas já volvidos 38 anos de existência, e depois de por lá terem passado grandes nomes que marcaram e ainda marcam o jornalismo radiofónico angolano, como Luis Fernando, o falecido narrador desportivo João Carlos e alguns jovens que apostaram em grande no jornalismo e hoje fazem parte dos estúdios centrais da Rádio Nacional de Angola, como Mário Morais, que até por sinal chegou a chefiar a Emissora provincial ainda muito jovem no não muito longínquo ano de 1995, eu que escrevo este artigo (Augusto Arismendes) actualmente a exercer a função de editor na Rádio Cinco e sem esquecer a jornalista da TPA, Leda Dombaxi que por sinal deu os seus primeiros passos no espaço Pio daquela que é a nossa casa de Radio ( o Uíge).
E depois desta passagem histórica, faço uma reflexão sobre esta empresa que marcou-me o suficiente para tornar-me no que sou hoje. Recordo com enorme benevolência, os tempos áureos do Rádio Pio, em que eu, Dorita Vaikeny, Nidio Campos, Aniceto Leonidio fazíamos as delícias dos petizes, com o inesquecível “GUIA, PRIORIDADE DE MARCHAR COM ESPERANÇAS PARA O FUTURO”, foram bons tempos, por este espaço passou também o jovem Gilberto das Neves, hoje a labutar no gabinete de imprensa da embaixada angolana nas terras do Tio Sam (Estados Unidos de América).
Desta leva Pio, apenas eu e o Man Gibas, Gilberto das Neves continuamos a trilhar as linhas do Jornalismo, já que os outros enveredaram por outras linhas profissionais.
É nesta Rádio Uíge, que guardo de forma indelével, vários momentos bons, como o ter que acordar de manhã cedinho e abrir a emissão já que emitimos de forma intercalada, face às dificuldades de abastecimento energética a que a província esteve submetida na altura, recordo-me de ainda muito jovem, 17 anitos e a dar os primeiros passos ter que fazer programas de grandes responsabilidade.
Nova dimensão (programa informativo) co-relacionando com as matérias desportivas que eram no fundo a minha área na Rádio.
Ai que saudades do Colorama, um programa de função diversificada que chegava a juntar entretenimento, informação e formação, realizado por José Caxala Liberato, era do tipo de realizador que já não temos hoje, que encaixavam tudo e lutavam mesmo pelo rigor, valeu a experiência Cota Caxala.
Já agora porque não reconhecimento a alguns profissionais que marcaram a minha pequena mais importante passagem pela EPU.
Os meus reconhecimentos ao Pedro Augusto, malogrado Altino José, ao Zadibota, Simão Moreira Codia e Lázaro Muzengo, foram homens que mostraram para mim o que é associar ao talento espírito de missão e sempre acreditaram em bons voos para mim.
A eles um abraço do tamanho do mundo. Um abraço especial para o Zinho Silva, o grande Man Sózinho, era do tipo temido mas que na hora do contributo estava sempre por perto e disposto a fazê-lo com zelo e profissionalismo.
O Marcos Mendes, um professor para mim, abriu me horizontes amplos no que à redação de notícias diz respeito. Ao João Isaac Nazaré de Miranda que antes de virar director, sempre acreditou em mim e é a ele que devo tudo que sou a nível da comunicação Social. Isaac valeu a aposta em Deus há de te abençoar por isto.
Em próximas oportunidades ainda escreverei sobre esta nossa grande Rádio Uíge, onde reinou pelo menos até aos tempos em que lá passei um familiarismo dos grandes.
Fontes: https://www.oocities.org e arismendesjornalista.blogspot.com
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