Rescova “evita” Luviluku e Catarina, JLo exonera e nomeia no Uíge

Por Alfredo Dikuiza

 

Uíge, 23/09 (Wizi-Kongo) – Em relação a primeira vez, que mexeu uns (Paulo Pombolo/governador, Maria da Silva e Mendes Samba/vices), deixou um (Afonso Luviluku/vice-governador) e nomeou uma (Catarina Pedro Domingos/vice-governadora), insto é, em 2017, desta vez, o presidente da República de Angola, João Lourenço “JLo”, mexeu os três (Mpinda Simão/governador), Afonso Luviluku e Catarina Domingos (vices), cujo primeiro fora exonerado em Maio, Mpinda Simão e outros dois na última segunda-feira (21).

Assim, Sérgio Rescova, novo governador do Uíge, em função desde Maio do ano em curso, em substituição de Mpinda Simão, “evita” trabalhar com Afonso Luviluku, no cargo de vice-governador para os sectores Técnico e Infa-estrura, que, exercia desde 2010/2020, bem como de Catarina Pedro Domingo, outra vice-governadora, nomeada em 2017, na era de João Lourenço, para ocupar as pastas dos sectores Político, Económico e Social. Entretanto, para os respectivos cargos, foram por decreto nomeados pelo titular do Executivo angolano, António Rosário Alex Mutunda e Maria Fernanda Kavungo.

Com a nomeação dos dois últimos, o governo provincial do Uíge, conta agora com novos rostos, três, no total, todos com histórico de terem já exercido cargos de direcção. A exemplo, o actual governador, Sérgio Rescova, exerceu o mesmo cargo na província de Luanda, capital angolana, mas antes, dirigiu a maior organização juvenil do país, JMPLA, pelo partido dos “camaradas”, no caso, MPLA, além de deputado pela assembleia nacional e, a sua vice-governadora, Maria Kavunga, conta com um percurso de administradora, tendo dirigido recentemente os últimos municípios, Damba e Mucaba, este último, de onde fora pescada para o actual cargo, enquanto António Mutunda, sai, em Luanda, do cargo de Director do Gabinete Provincial do Ambiente, Gestão de Resíduos Sólidos e Serviços Comunitários.

António Mutunda, apresenta-se como um homem chegado de Sérgio Rescova, pois, há 30 de Maio de 2019, enquanto governador da província de Luanda, Rescova, nomeou “Mutunda” para exercer o cargo de Assessor para Área de Infra-estrutura da vice-governadora para Serviços Técnicos e Infra-estrutura daquela região do país. Mas, depois da sua nomeação, permaneceu pouco apenas dois meses e fora exonerado no dia 30 de Julho pelo despacho que havia sido nomeado número 175/19 de 30 de Maio e, nomeado no mesmo dia para o cargo de Director do Gabinete Provincial do Ambiente, Gestão de Resíduos Sólidos e Serviços Comunitários.

Nomeados em dias e datas diferente e, concomitantemente, por presidentes diferentes, nomeadamente, José Eduardo dos Santos e João Lourenço, Catarina Pedro Domingos e Afonso Luviluku, por heroína do destino, foram ambos exonerado pelo mesmo decreto e, igualmente, pelo mesmo presidente, no caso, João Lourenço, na senda do seu lema “melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”. Porém, às famílias da região do “bago vermelho”, debatem-se com inúmeros problemas, ligados na falta de energia eléctrica, água potável para todos, saúde, vias de acesso, emprego, moradias e muito mais.

Em quase quatro meses desde que fora nomeado como novo governador do Uíge, Sérgio Rescova, aproveitando-se da sua juventude, realiza uma odisseia de visitas a nível dos 16 municípios que compõem a província do Uíge, comunas e regedorias, com objectivos de acompanhar de perto as reais situações e gritos constantes manifestados pelos cidadãos da região, na falta disto e aquilo (…) e, assim, procurar mitigar as respectivas lamúrias na mediada em que as verbas financeiras serão atribuídas ou já disponibilizadas a província, por via do Orçamento Geral do Estado (OGE).

No seu xadrez, Sérgio Rescova, entre os três, a única pessoa com quem nunca trabalhou directamente é, a Maria Kavunga, mas, indirectamente, por serem membros do mesmo partido, acredita-se terem já labutado vários momentos, numa altura em que os uigences estão expectante com os novo trio de inclino do governo provincial, cuja resolução de seus problemas é, o que mais lhes interessa.

Joaquim António Ernesto, Jurista e membro da sociedade civil, em declarações hoje, quarta-feira, ao Wizi-Kongo, admite que, as nomeações e exonerações são da inteira responsabilidade do titular do poder, por serem, cargos de confiança política, mas, ressalva partindo pelo principio de que, os verdadeiro donos do poder é o povo, que, como disse, só é consultado apenas nos actos de voto para eleger o presidente e, não é, consultado no momento em que os governadores e outros, são nomeados ou exonerados.

“São nomeações e exonerações atrás de outras de governadores do Uíge desde 1975/2020, para tal, não vejo que mude alguma coisa, porque essas nomeações são direccionadas a cumprirem um programa delineado a partir da estrutura central, dificilmente, farão algo fora deste contexto, com tudo, espera-se que consigam mostrar um trabalho digno, que, vai de acordo com os anseios das famílias da região e, evitar os casos de corrupção, nepotismo, tráfico de influências e outros males nocivos”, afirma, o jurista.

Para todos efeitos, o membro da sociedade civil, augura que o novo trio prime pela ética democrática e pelo respeito da propriedade pública, com vista ao resgate do consenso comum e não trabalhe apenas para um determinado “grupo” e, solicita, “que este novo vice-governador para o sector Técnico e Infra-estruturas, tenha um comportamento diferente de Afonso Luviluku no sentido de accionar os reais problemas deste sector na região e depois dê os identificar, soluciona-los”.

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