Por Alfredo Dikwiza
Uíge – A rotunda do Songo, que faz a fusão das ruas “Industrial”, do “Café”, da “Estrada Nova” e da continuidade da via do Songo, na sede da cidade do Uíge, há tempo foi transformada em mercado, principalmente nos períodos matinal e na transição da tarde para noite.
Logo ao nascer do sol, em plena manhã de dia quente, húmido ou chuvoso de tempos de verão, inverno e outros, com acordar de sua gente, pouco a pouco o desafio para mais um dia, em busca do pão, começa a passos largos e normais, muito dos quais, dão ao lugar, a rotunda do Songo, e em pouco tempo o referido local fica repleto de pessoas de um lado para o outro, cada um do seu jeito.
A essa hora, “sardasse” de tudo por um pouco, de produtos do campo aos industrializados, pois, cujos protagonistas são vendedores ambulantes em pequenas escalas e de produtos de camponeses de subsistência, que fazem a permuta para os homens do campo conseguir os produtos industrializados e alguns valores que os possa facilitar apanhar táxi e aos de produtos industrializados conseguirem os de campo para os revender em outros mercados, vice-versa. Com isso, os compradores de todas as classes (ricos e pobres”, vindos de bairro a bairro e do centro da cidade, não ficam no alheio e fazem-no presente com toda delicadeza, para comprar os “kitutos do bem bom, em preços simples” com que os camponeses vendem.
Nessa hora (manhã), aos homens da enxada, catana e machados, sobre-lhos a penas o desejo na alma, o de “sardar” e nada mais os seus produtos para, que em seguida, conseguirem os “trocados” para apanhar táxi e comprar algo para comer e, consecutivamente, ir aos campos recolher novos produtos, assim sucessivamente. Quanto a isso, os “Kupapatas” denominação de motoriza de três pneus e carros de marca Hiaces, Starllets e Toyota (acaba de me matar), assim como Land Cruser e outros marcas, os seus motores ficam já aquecendo, com acelerações normais e maiores, esperando um por um camponês que se faz por estes meios, rumo ao campo. Por isso, chamam-no destes homens de motores como fazedores de “lavra a lavra” e, pouco a pouco, um por um, vai saindo com o seu meio (lombado), ou seja, carregado de senhoras, jovens e crianças, todos identificados ao campo.
Com isso, em pouco menos de duas horas o local fica as “moscas”, sem o fluxo de vendedores, revendedores e compradores. A partir das 16 horas, o senário começa a ganhar outra imagem e uma hora depois, o local fica pior ainda alagado de pessoas, em relação ao período matinal, com os mesmos protagonistas em acção (vendedores, revendedores e compradores), cada um ao seu jeito vai chegando com “imbamba” (trouxa) amaradas, não amaradas, sacos, banheiras ou sextos, colocados na cabeça, nos ombros e nos braços, com: “Mandioca”, “kizaka”, “couve”, “batata rena”, “batata-doce”, “quiabo”, “ananás”, “feijão”, “milho”, “ginguba”, “fuba de bombo”, “repolho”, entre outros, aparecem em maior quantidades, em relação aos demais produtos, a serem vendidos em preços ao alcance do bolço de todos, por isso, o local receber uma denominação especial “praça do arreio a areio”.
Os referidos produtos vêm acompanhados de seus donos por cima dos meios já citados e, se vão fazendo do local, tal como saíram na hora matinal. A essa hora, 16 a 18/30’, às saída e entrada da referida rotunda ficam cheios de pessoas, “que nem um ovo”, fazendo com que, os automobilistas ficam com maiores dificuldades para passar no local. Essa situação, coloca em risco a vida das pessoas, que em muito dos casos são atropeladas por motorizadas e carros, por se tratar de uma rotunda muito fluida através das ligações que possuis das ruas Industrial, Café, Estrada Nova e da via que vai ao Songo.
A presença da Polícia de Trânsito e da Polícia da Ordem Pública no local, nem sempre evitam o pior (atropelamentos e choques entre veículos diferentes), ainda assim, o que certo, a rotunda continua transformada em mercado dia pós dia, num olhar atento de todos os responsáveis que governam a província do Uíge, onde todos eles vivem na sede da cidade do Uíge e, muito dele fazem-no suas compras (rotunda do Songo). Os vendedores, revendedoras e compradores, entrevistados hoje, sexta-feira, nesta cidade, ao Wizi-Kongo, foram unanimes em afirmar que a falta de um espaço próprio e organizado para o efeito, está na base dos mesmos aproveitarem-se do local (Rotunda do Songo), por ajudar milhares de famílias conseguirem ai o seu ganha-pão, apesar de: Reconhecem ser perigoso estar neste local com carros e motorizadas a passarem de um lado para o outro, mais por falta de espaços para as suas acomodações são reforçados a optarem por essa via.
Wizi-kongo
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