Por Alfredo Dikwiza
Uíge, 11/03 (Uíge) – A luta pela sobrevivência atingiu níveis profundos em alguns pontos da cidade do Uíge, “é o tudo ou nada” e, por conta disso, obrigou os cidadãos transformarem em praça uma das principais ruas do bairro Candombe-Velho, principalmente no período de tarde, das 16/18 horas, momento em que se regista o maior fluxo de pessoas de quase todas as idades.
Trata-se da rua que dá acesso ao mercado principal (Candombe-Velho) e de entrada as bombas de combustível da Sonangol, que, durante o dia circula-se sem muitos problemas, embora neste período, de um lado para o outro, é notório ver as pessoas a venderem de tudo por um pouco. Mas, a própria batalha começa a ser verificada às 16 horas, por ser o momento em que o local ganha uma nova versão, que, piora das 17/18 horas, respectivamente.
Das 17/18 horas, como apurou o Wizi-Kongo, quase nenhum meio consegue circular do princípio da rua até ao meio, pelo menos, embora aquém se aventura o fazer, mas as dificuldades a encontrar são na ordem dos cem por cento, por ter de um lado as pessoas e do outro lado as bancadas onde a cada vendedor expõe os seus produtos na tranquilidade.
Quer os compradores, quer os vendedores, encontram no local, são pessoas de quase todas as idades. Para os vendedores, uns ficam sentados, em pé, outros a cantar, alguns em conversa entre vendedores ou com clientes e outros a venderem de modo ambulante (zunga) e, em cada lado, ouça-se as vozes de manifesto daquilo que cada um encontra-se a vender com finalidades de atrair os compradores.
Na rua do Candombe, oferece várias opções aos clientes e os preços estão no alcance de qualquer bolso, por encontra-se no local, de tudo e mais alguma coisa, quer dos produtos recém-chegado do campo, quer dos industrializados, entre outros e, notas até os “kandengues”/menores de idade, tornarem-se em guarda-costas dos clientes para impressionar os mesmos comprarem o que estiverem a vender, com realce para os rapazes, os sacos plásticos e para as meninas (de tudo por um pouco).
“Meu cota não maya, compra é de qualidade”, “ajuda os teus sobrinhos jantarem hoje”, “ desde de manhã não vendi nada, por isso estou a sardar”, entre outras, são as expressões mais usadas pelos vendedores da rua do Candombe-Velho, passando um total recado de sobrevivências, para ter o que comer, a luta acaba por afirmar-se no tudo ou nada.
Enquanto uns vão no local para comprar ou vender, outros, no caso dos amigos do alheios, aproveitam aquele momento com uma grande oportunidade para assaltar os vendedores, bem como os compradores ou quiçá quem esteja apenas de passagem. Entretanto, em alguns dos casos quando a união lhes fala mais alto, os próprios vendedores acabam por neutralizar as pretensões dos ladrões com gritos ou mesmo pancadas.
Mas, quem cai na graça dos ladrões, o dinheiro e os telefones são os que mais são roubados, para isso, cada um vai consciente, igualmente, dos perigos a enfrentar durante o período de permanência naquela rua, que, em alguns dias, os vendedores e compradores só abandonam o local às 19 horas em diante.
Candombe-Velho, é um bairro da sede do município do Uíge, um dos maiores em termos de habitabilidades aos redores da cidade do Uíge, com características próprias, onde em alguns sectores da circunscrição, acontece de tudo por um pouco e até do mais improvável é, um local que oferece aos seus habitantes e visitantes várias opções de ambientes recreativos.
Deixe uma resposta