Por Alfredo Dikwiza
Uíge, 19/12 (Wizi-Kongo) – “Contesto de gestão dos recursos humanos nas empresas, caso particular da Agência Angolana de notícias AngolaPress-Angop/Uíge-2020”, foi alvo, hoje, sábado, no Instituto Médio de Administração e Gestão do Uíge (IMAG), na área da Administração, Gestão e Serviços, curso de Finanças, defendido em tese de fim de curso pela estudante, Salva Manuel Teka.
Estando agora disponível para o mercado do emprego, Salva Manuel Teka, de 22 anos de idade, natural do município do Bungo, província do Uíge, a sua defesa contou com o presidente da mesa de júri, Nascimento António Kimbungo, coadjuvado pelo primeiro e segundo vogal, Madihinga Manuel Chanda e Baptista Kamartur, tendo obtido do trabalho escrito: 18 valores, apresentação: 16 valores e a nota final: 17 valores, fruto da organização dos conteúdos, estrutura e do empenho demostrado durante a defesa.
Baseado em três capítulos, dos quais, “conceitos iniciais sobre o tema”, “gestão de recursos humanos” e a “apresentação da Agência AngolaPress-Uíge, análise e interpretação dos resultados”, o trabalho ora defendido e tornado público, baseou-se com objectivo do presente que consiste em compreender como ocorre o processo de gestão de recursos humanos na empresa Angop-Uíge, por entender que para a empresa desenvolver as suas actividades é indispensável a presença de pessoas dotadas de técnicas para as diferentes funções, estabelecidas pela mesma.
Salva Manuel Teka, frisa em declarações ao Wizi-Kongo, que, às empresas que possuírem melhor gestão do seu pessoal, terão grande diferencial em relação aos seus concorrentes. Diante deste contexto, argumenta, a evolução exponencial do mercado de trabalho, levou um aumento da produtividade e das exigências no local de trabalho, daí, assistir-se, nos últimos anos uma grande evolução e mudança na área da gestão dos recursos humanos.
Estas alterações, conta a finalista de finanças, devem-se à crescente evolução da sociedade, das exigências do mercado de trabalho e da especialização constante das áreas de trabalho, por ser o homem parte integrante da organização com autonomia de permanecer e de gerenciar os recursos disponíveis, tendo acrescentado, ser neste contexto que o presente trabalho resulta de um estudo das principais vertentes e teorias ligadas a gestão de recursos humanos que culminou com a abordagem do caso prático na Angop/Uíge.
Lágrimas que não foram poupada, caíram
Antes da entrevista, isto é, depois que o corpo de júri divulgou em voz alta a sua nota, Salva Manuel Teka, não conteve as lágrimas e escorreram em seu rosto. Entretanto, terminada a cerimónia da defesa e da habitual sessão fotográfica, ao Wizi-Kongo, admitiu: “lagrimei por dois motivos, da ausência do meu pai aqui, hoje e dos 20 quilómetros que percorria a pé de segunda/sexta-feira, aos meus 14 anos, no Bungo, em busca da formação” e, continua, “hoje, termino o médio com uma coroação de uma nota de encher o orgulho”.
Em 2012, com 14 anos, Salva Manuel Teka, viva na aldeia Sanzala Soldo, 10 quilómetros a norte da sede da vila do Bungo, com os pais biológicos e, neste ano, já frequentava a 6ª. Na sua aldeia, não leccionavam a 6ª classe, motivo que forçou-lhe a suportar frio, calor, fome e outras consequências na ida e volta, da Sanzala Soldado para Bungo e do Bungo para Sanzala Soldados, isto é, de segunda/sexta-feira. A julgar pelo género e pela idade, não foi fácil aceitar este desafio, mas o acreditar acabou por falar mais alto.
Porém, em 2012, no mês de Maio, falece o seu pai biológico, explica, “era um tesouro para mim, de facto, não foi fácil entender e suportar a perda do pai, tendo em conta o carinho e mimo que nos prestava, principalmente, eu, ainda assim, mesmo depois da morte dele, ai a chorar a escola e voltava da escola a chorar, por ter um lado muito sensível e, quase todo o ano/2012, correu-me negro, embora no final do ano ter obtido um resultado positivo, para piorar a minha dor, em 2013, a minha avó, morreu e fiquei sem direcção”.
Daí, avança, em 2013, “o nosso primogénito, Neucêncio Dikwiza, que já vivia na cidade do Uíge, não pensou duas vezes, deslocou-se ao Bungo, tratou de nossas transferências (eu e mais dois irmãos menores) e nos mudamos para cidade do Uíge, onde começamos a viver e a estudar ao mesmo tempo, graças a sua atenção, carinho e amor, soube cuidar-nos bem, feito seus filhos biológicos, por essa conta, hoje, finalizei, o outro irmão encontra-se a estudar a 11ª classe, com 17 anos, no curso de “gestão e recursos humanos, tendo por infelicidade, o menor, falecido em 2017, com apenas 11 anos de idade”.
Salva Manuel Teka, 4ª filha de seus pais biológicos, terminou a entrevista por agradecer a Deus Todo Poderoso pela força e luz concedido, bem como a memória de seus progenitores, de seu esposo, filho, mãe e outros membros. Entretanto, hoje, no total, foram 19 estudantes no curso de finanças que argumentaram as suas teses. Porém, o Instituto Médio de Administração e Gestão do Uíge (IMAGU), é administrado pela directora da referida instituição académica, Euládia Lambula Guimas.
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