Sector da educação de Kangola em estado deteriorável

Por Alfredo Dikwiza

Kangola, 29/12 (Wizi-Kongo) – Aproximadamente cem (100) transferências, dos 494 professores colocados no município de Kangola, província do Uíge, foram solicitadas no ano lectivo/2019, por motivados de falta de competência, arrogância, respeito e atitudes acentuadas de tribalismo do director municipal local, Raimundo Morais, colocando assim o sector da educação na circunscrição em um estado lastimável de deterioração.

A informação da solicitação das transferências foi apurada pelo Wizi-Kongo, nesta sexta-feira (27), junto a administração municipal de Kangola, liderada por Pedro Coxi Zua, legando como motivo de os docentes estarem insatisfeitos na falta de competências, arrogância, respeito e actitudes acentuadas de tribalismo, que, Raimundo Morais, director municipal da educação, apresenta desde que assumiu os destinos deste sector, em 2013 até a data presente.

Outrossim, sustentou a fonte, é a falta de políticas sérias na gestão dos professores, que, Raimundo Morais, não possui, pois, explicou, existe professores colocados há oito, nove e dez anos em zonas extremamente críticas, onde ao estar nestes locais sentem-se no fim do mundo, pois, não existe ai presença de televisão, rádio, telefone, sem se esquecer do estado crítico das picadas ou estradas, muitas delas transitáveis apenas de motociclo e bicicleta e, é, nestas condições que muitos professores se deslocam-no para trabalhar.

Um professor colocado nestas condições e pelo tempo que fica neste local, rematou, pouco ou nada se vai esperar dele, e, é com justa razão se assim este funcionário vir a proceder-se de tal maneira, porque é humano. Pior que isso, acrescentou, são colocados nestas zonas recônditas e com todo este tempo, professores que não são naturais de Kangola ou aqueles naturais que tenham problemas com alguém próximo de Raimundo Morais, quiçá com ele mesmo, uma demostração clara de tribalismo, finalizou.

“Raimundo Morais, age com muita maldade, que, até consegue indeferir certas transferências que já tinham deferimento do administrador titular, Pedro Coxi Zua, ou seja, até o próprio administrador leva na cara, um hábito dele antigo que fazia também com a ex-administradora, Piedade Samuel Hebo, Raimundo Morais, já se procedia desta maneira, mostrando-se, com isso, estar acima do administrador municipal, que ele é o dono e fundador deste sector em Angola, sussurrou um professor nos ouvidos de um dos repórter do Wizi-Kongo.

Juntos a administração municipal de Kangola, a equipa do Wizi-Kongo, soube, igualmente, que no presente ano lectivo foram matriculados 15 mil e 839 alunos, seis mil e 884 mulheres, nos três níveis de ensino, nomeadamente, primário, primeiro e segundo ciclo, assegurados por 494 professores, nas 119 aldeias, duas comunas e 22 regedorias que compõem o município de Kangola.

Soube também que este ano o município de Kangola, 182 quilómetros da cidade do Uíge, funcionou com 66 salas de aulas a “céu aberto”, estando com 91 escolas do ensino primário, três para colégio e uma para o liceu, respectivamente, totalizando 227 salas de aulas, das quais 123 definitiva, onde 12 mil e 924 alunos do ensino primário beneficiaram da merenda escolar e 567 carteiras foram adquiridas no quadro de “combate a fome e pobreza no município”.

A falta de condições adequadas para acomodar os professores, principalmente, os que labutam nas localidades críticas, é apontada em Kangola como uma das principais dificuldade para cumprir com os objectivos preconizados a nível local, provincial e nacional, numa circunscrição que conta com 61 mil 964 habitantes (censo 2014), distribuídos em duas comunas (Kaiongo e Bengo), 22 regedorias e 119 aldeias.

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