Sobas satisfeitos com progressos no Songo

Por Valter Gómes

Sobas, regedores, seculos e entidades religiosas do município do Songo, província do Uíge, estão satisfeitos com as acções do governo que estão a permitir um desenvolvimento equilibrado e acentuado.

O presidente da Associação das Autoridades Tradicionais do Município do Songo, Pedro Manuel Gombo, afirmou que, nos últimos anos, o município do Songo cresceu em todos os domínios, fruto dos vários programas que o governo está a implementar na região.

“Assistimos de perto o surgimento de novas infra-estruturas sociais e económicas, que anteriormente não existiam aqui, com destaque para escolas, postos de saúde, pontes, estradas secundárias e terciárias, centros comunitários, abertura de mercados rurais e outros benefícios”, contou o ancião de 75 anos.
A autoridade tradicional lembrou que antigamente o município do Songo não tinha quase nada, o que fazia com que muitas crianças percorressem longas distâncias para estudar, mas actualmente a realidade é bem diferente.

O responsável da associação referiu que nas aldeias foram construídas escolas e os novos professores trabalham nestas localidades para assegurar a formação, numa altura em que os materiais didácticos chegam a tempo aos alunos.

Pedro Manuel Gombo avançou que a construção de postos e centros de saúde nas aldeias e regedorias, no âmbito do Programa de Municipalização dos Serviços de Saúde, veio também melhorar e facilitar a vida da população que, anteriormente, percorria quilómetros até à sede do município para receber assistência médica.
Bernardo Dombele, 45 anos, é outra autoridade tradicional do Songo. Recorda que, há muitos anos, os camponeses sentiam-se obrigados a carregar na cabeça os produtos do campo para a cidade e grande quantidade dos bens apodrecia no terreno.

Conta que hoje, desde a reabilitação das vias de acesso,  a situação é bem diferente, o que faz com que os compradores vão ao encontro dos agrários nas aldeias e zonas de produção.

O Soba caracterizou o município do Songo como sendo um bastião da produção agrícola, sobretudo da banana, café, batatas doce e rena, abóbora, feijão, milho, mandioca e hortícolas.

Referiu que a população está totalmente engajada no aumento da produção, mas muitos camponeses de cooperativas e associações agrícolas ainda enfrentam o problema da falta de instrumentos de trabalho como tractores, enxadas, catanas, limas e outros.

Os sectores da Saúde e da Educação, no município do Songo, são os que mais cresceram, nos últimos anos, com a construção de 27 unidades sanitárias, com destaque para um hospital municipal, centro materno-infantil e 25 postos, além dos centros de saúde, que totalizam  259 camas.

A administradora do Songo, Adelina Figueiredo Pinto, realçou que o Hospital Municipal tem os serviços de banco de sangue, arcas para conservação de vacinas, Raio X e outros. Uma clínica móvel tem vindo a facilitar o atendimento de doentes nas zonas onde ainda não existem unidades sanitárias.

Adelina Pinto avançou que o sector é assegurado por cinco médicos, 183 enfermeiros, dos quais 14 técnicos médios e 62 auxiliares, além de dois técnicos especializados em radiologia, igual número de formados em laboratório e 90 parteiras tradicionais devidamente preparadas para garantir os primeiros socorros nas aldeias.

Sector da Educação

No domínio da Educação, a administradora assegurou que o sector conheceu melhorias significativas, tendo beneficiado de 54 escolas primárias, com 286 salas de aula, sendo uma do I ciclo com 19 salas e igual número para o II ciclo, com 13.

O município ganhou ainda dez núcleos do I e II ciclos, com 68 salas de aula, instalados na comuna e nas regedorias.

A administradora sublinhou que, no ano passado, o sector da Educação controlou mais de 21 mil alunos do ensino primário, I e II ciclos do ensino secundário, números que vão aumentar significativamente. Para assegurar as aulas, o sector conta com 876 funcionários, entre professores, técnicos administrativos, auxiliares de limpeza e motoristas. No domínio de alfabetização, o município do Songo conta com 52 salas de aula, que albergam 1.020 alfabetizandos, cuja formação foi assegurada por 52 alfabetizadores. Durante o ano passado, os adultos aprenderam a ler e a escrever, no quadro dos programas “Sim, eu Posso” e “Gosto de Ler”.

Novos programas

A administradora informou que, no quadro do programa dos 200 focos habitacionais,foram construídas 81 residências do tipo T3, todas já ocupadas pelos beneficiários, na sua maioria professores e enfermeiros.

Adelina Pinto garantiu que, além da melhoria já alcançada, a Administração Municipal tem em carteira vários projectos para o desenvolvimento da região e bem-estar da população, cuja materialização está prevista para o próximo ano.

Apontou a construção de novas infra-estruturas sociais e económicas, melhoria das vias de acesso e pontes, que ligam as regedorias a outras localidades, assim como o aumento de médicos e de enfermeiros, com vista a humanizar os serviços, como os grandes ganhos.

As autoridades pretendem ainda promover acções que visam travar o surgimento de novas ravinas nas estradas e ao redor da sede do município, bem como o reforço no apoio aos agricultores.

Fundado a 4 de Abril de 1923, o município do Songo fica 40 quilómetros a norte da sede da cidade do Uíge. Tem uma comuna, Quinvuenga, 13 regedorias, 81 aldeias e uma população estimada em 62.362  habitantes, que se dedica à agricultura de subsistência, caça e à exploração da madeira em grande escala.

Via JA

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