Sons de “konono” cativam o Rangel

Por Analtino dos Santos

O eclectismo dos ritmos modernos do então Jack Nkanga e a sonoridade da ancestralidade bazombo, encontrada no “konono”, do renascido A’Mosi Just A Label, estiveram em destaque na quinta-feira, na Casa de Cultura Njinga Mbande, no Rangel, no projecto “Cantares da Rainha”, que este centro realiza mensalmente.

No concerto, de uma hora e meia, A’Mosi Just A Label não deixou de justificar a razão da mudança do nome, que assume como sendo um pretexto. Como voz e violão, o cantor mostrou firmeza na voz e destreza no dedilhar. O seu convidado foi o jovem declamador Overdose.

Temas como “Ya Longoka”, que mostram a nova fase do “Konono” proposto pelo artista, provam a possibilidade da aceitação de uma sonoridade actual aos ritmos ancestrais. Com o dedilhar característico bazombo e a fluência no kikongo, sucessos como “Its so Hot” ou “Sonhador” foram dos mais apreciados pela plateia, enquanto “Energies”, “Beleza da Vida” e “Mechanical Dynamic” constituem algumas das novidades do próximo trabalho.

Interessante foi também a forma como A’Mosi Just a Label reinventava vozes internacionais como Maxwell, ou Patrice, em momentos mais pop-rock e soul e encarnava o mítico grupo congo-angolano konono nº 1 e o seu aclamado Congotronic, que colocaram o estilo konono no mapa da world music, em 2004.
A’Mosi Just a Label, que artisticamente já foi conhecido por Jack Nkanga, criou o konono soul music, uma sonoridade capaz de unir o tradicional zombo ou bazombo aos sons popularmente conhecidos a nível mundial. Através da música, o cantor tenta ajudar a si mesmo e outros a compreenderem e a respeitarem a vida, a desfrutarem da liberdade e a viverem a felicidade.

Projectos

Durante o espectáculo, o músico informou que tem agendadas actuações no Afropolitan Festival, que acontece dia 26, na Costa do Marfim. Porém, antes, actua no Palácio de Ferro, em Luanda, no dia 23. A agenda do artista inclui ainda uma digressão por França, a partir de 7 de Julho, para uma residência artística, oferecida no âmbito de uma bolsa criativa.

O artista disse que vem de uma série de espectáculos na África do Sul, país onde tem tentado inserir-se no circuito alternativo, com realce para o Sofar Sounds Joanesburgo, um projecto global que teve início em 2009 e hoje está em mais de 350 cidades do mundo e em todos os continentes.

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