Toma kwenda Comandante “A VERDADE TRIUNFARÁ”.

Por Sebastião Kupessa 

Tal é o destino dos membros do MPLA “Made in UPA”. Fim inglorioso com humilhação e desprezo. Ontem fostes um dos homens forte do “Kimvuka”, hoje és apontado como o maior algoz que Angola conheceu. O regime condenou mas indicou-te como carrasco para apertar no gatilho, matando dezenas de milhares de angolanos (versão dos nitistas). Levastes este peso na conciência até na sepultura, sem deixar memórias publicadas para justificar-te e pedir desculpa aos familiares das vítimas.

Portanto fostes um dos libertadores de Angola. Conquistado a independência, a vitória embriagou-vos, casaram com as “Van-Dúnen” e derivadas, chegando ao ponto de consentir a morte dos seus camaradas de armas como BAKALOF e MONSTRO IMORTAL, testemunhas do teu sofrimento nas matas dos Dembos, enfrentando o cerco do ELNA, fome, chuvas, doenças e bombardeamentos dos helicóptéros portugueses. Como fostes cruel até este ponto?

Depois do regime de se servir de ti, fostes enviado para Malange como Comissário Provincial onde fostes acusado de colaborar com UNITA, de desviar a logística até recrutas para as tropas do “Noko Moto”, o velho jaguar do planalto central. Acusação sem provas, claro. Fostes exonerado, passando um período no deserto antes de saltar em paraqueda na sua província natal.

Ajudastes construir uma república que conhecemos hoje, com tecnocratas a desviar (roubar) bilhões para bancos suiços, dinheiro do petróleo extraído do Soyo. Do teu “Santo António do NZADI”, a tua terra natal que deixastes sem condomínios nem centralidades de vulto. Terra que fostes igualmente governador. O fim da tua vida como nacionalista foi doloroso.

Os outros teus camaradas de armas, como ZACARIAS PINTO “BOLINGÓ” e FILIPE NETO “DIMBÔNDWA”, também “Made in UPA”, ao notarem que a república sonhada no maquis, já desviava-se da sua rota inicial, suicidaram-se. Tu não tivestes esta coragem, suportastes a humiliação até ao fim da sua vida, chegado a morrer no país dos teus antigos inimigos, que tanto combatestes.

Adeus Comandante Rodrigues Lópes João “Ludy Kisasunda”

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