Por João Vakanda
Luanda – Uíge, também conhecida como a terra do Bago vermelho, é uma província de Angola, com uma área de 58 698 km² e cerca de 1,5 milhão de habitantes. Durante a Idade Média foi o coração do Reino do Kongo, constituído pelo povo Bakongo e pelo povo Ambundu. Os monarcas do Reino do Kongo viviam na cidade de M’Banza Congo, governando o reino com grande autoridade, por vários séculos.
Em meados do século XX quando os portugueses descobriram que o solo e o clima da região eram favoráveis à produção de café, rapidamente a província tornou-se numa base agrícola. Na década de 50, a província era já o maior centro de produção de café em Angola. Para incentivar o princípio da integração nacional com Portugal, a cidade foi renomeada, antes designado Vila Marechal Carmona, depois simplificado para Carmona, em homenagem ao Marechal Óscar Carmona, ex-presidente da República português.
A província do Uíge tem monumentos histórico-cultural rico, nomeadamente, Busto do Heroi N’Bemba, Fortaleza do Bembe, Figuras rupestres de Kisadi, Pinturas rupestres da Cabala, Pedra de Nzinga N’zambi (Toto), Pedra de Kakula Quimang, Pedra do Tunda (Local onde se aplicava a justiça e se executavam as sentenças de morte), Ponte Mágica sobre o rio Vamba Wa Mbamba, Ruína do Fortim de Maquela, Túmulo do Ancião Mekabango (Grande guerreiro na Resistência contra a ocupação colonial), Grutas do Nzenzo, Túmulo do Grande Rei e Guerreiro na Resistência contra a ocupação colonial, Mbianda Ngunga e Mártires do Kiuembo – Fazenda situada entre os municípios de Negage e Quitexe, que serviu de prisão durante o período colonial.
Histórias linda de uma terra que já teve as honras de ser considerado como “terra do bago vermelho”, líder da produção de café e colocava Angola como quarto produtor mundial do café nos anos setenta.
O café era mesmo a principal commodity de exportação de Angola até 1973, quando foi substituído pelo petróleo. Naquela altura, o então distrito (atual província) do Uíge ostentava grandes fazendas de café em contínua expansão, propriedades de ricos colonos fazendeiros.
Uíge terra do saber, recordistas em exportar quadros pelo mundo, com o seu café ajudaste a erguer as cidades angolanas, com os seus produtos colocaste o país nos maiores palco do mundo, uniu gentes e gerou futuro.
O que fizeram de ti? Que políticas são estas que lhe derrubaram da rota do desenvolvimento? Quem vê e quem viu! já não há dúvidas, há líderes especialistas em degradar cidades e destruir anos de histórias. Para onde foi parar o sonho do bago vermelho?
Hoje os seus filhos andam do norte ao sul exportando o conhecimento e experiências, enquanto a província carece de quadros. O que era para ser um modelo de desenvolvimento a reproduzir por todo o país, transformou-se numa terra sem oportunidade abandonada no mapa.
UM POUCO DE TUDO
Via Club-K.net
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