Por Joaquim Júnior
A cidade do Uíge carece de estudos sobre o tratamento das águas residuais, para facilitar no futuro a construção de linhas de esgotos, valas de drenagem e uma estação de reciclagem das águas domésticas e pluviais, afirmou na quarta-feira o assistente técnico da Empresa de Água e Saneamento do Uíge (EASU).
O engenheiro Jaime Magueijo, de nacionalidade portuguesa, que falava no decorrer de um seminário sobre águas residuais, promovido pela EASU, em saudação ao Dia Mundial da Água, explicou que o estudo em causa permite a gestão segura do líquido poluído e dá a possibilidade de transformá-lo em fonte de geração de energia, produção de nutrientes para a agricultura e outros materiais recuperáveis.
“A água, quando bem gerida, contribui para o crescimento económico de qualquer região, promove emprego e melhora as condições sociais das populações. Também pode evitar as doenças hídricas, como a febre tifóide, cólera e diarreias agudas. Por isso, há toda a necessidade de se realizarem estudos mais aprofundados sobre as águas residuais na cidade, com vista à possível reutilização do produto”, disse.
Na abertura do seminário, o director provincial da Energia e Águas do Uíge, Mendes Domingos, disse que o sistema de esgotos da cidade apresenta roturas e, em alguns casos, já não suporta a quantidade de águas domésticas drenadas diariamente pelos habitantes. Mendes Domingos sublinhou que a criação da Empresa de Água e Saneamento do Uíge vai permitir que, no futuro, seja dado um melhor tratamento às águas residuais da cidade. “Logo que as condições financeiras permitirem, vamos pedir o apoio do ministério de tutela no sentido de contratar uma empresa capaz de realizar o estudo”, anunciou.
O responsável reconheceu que existe ainda escassez do líquido nas zonas rurais, onde apenas 143 aldeias entre 2.013 beneficiam de água potável e esclareceu que somente metade da população da província tem acesso ao abastecimento do produto. Mendes Domingos acrescentou que vários projectos de âmbito nacional, provincial e municipal estão a ser executados no Uíge, para que um maior número de habitantes passe a consumir água potável.
“Destacamos o projecto que está a ser implementado em duas fases na cidade do Uíge. Na primeira fase, os trabalhos foram realizados na ordem dos 98,9 por cento e na segunda as obras decorrem a 74,4 por cento”, explicou.
Via JA
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